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11 julho 2009

PROJETO MEMÓRIA ESPÍRITA PARAIBANA

O Projeto Memória Espírita Paraíbana é uma proposta apresentada por um dos colaboradores do nosso GESE, o espírita Vicente Gayoso, a qual foi aprovada na assembléia de Conselheiros da Federação Espírita Paraibana, realizada em abril/09, na qual foi proposto inserir nas progamações oficiais dessa Federativa a denominação de um vulto do espiritismo paraibano que se destacou no Movimento Espírita Paraibano, alguns com grande repercussão nacional e até internacional.

Assim, cada evento oficial da FEPb deverá ganhar um nome do homenageado, com um resumo biográfico do mesmo. A proposta visa à preservação da Memória do Movimento Espírita Paraibano, especialmente dirigidoàs novas gerações.

Exemplo: "CARAVANA LINS DE VASCONCELOS", para um evento no sertão paraibano. Isso porque o grande espírita, que empresta o seu nome ao auditório da sede da FEPb (CENTRO DE CONVENÇOES LINS DE VASCONCELOS), nasceu em Teixeira (27.03.1891), município encravado no interior deste Estado (cerca de 350Km de João Pessoa). Saiu dali muito pobre, no início do século XX para se tornar, nas décadas de 30/40, no maior comerciante no ramo de vendas de madeiras na então Capital Federal - Rio de Janeiro, aonde recebeu uma homenagem inédita, até mesmo entre os grandes vultos políticos da Paraíba: foi-lhe conferido o nome do BAIRRO LINS DE VASCONCELOS, localizado no Grande Méier, bastante conhecido naquela Capital carioca e também é nome de Avenida e ruas no Estado de São Paulo, cuja Capital foi a cidade em que desencarnou em 21 de março de 1952.

Esse notável personagem foi um verdadeiro ZAQUEU DO BRASIL, pelas obras espíritas que patrocinou desde a sede principal da FEB (RJ) até a contribuição financeira que resultou na construção do imóvel que serviu à Federação Espírita Paraibana, na "Lagoa" (Parque Solon de Lucena), em João Pessoa-PB. Isso, também, devido à grande divulgação da Doutrina Espírita que empreendeu nas Caravanas por ele patrocinadas por todo o País, inclusive neste Estado.

Outros espíritas paraibanos a serem homenagados: LEOPOLDO CIRNE, NAPOLEÃO LAUREANO, JOSÉ AUGUSTO ROMERO, entre outros.

QUEM FOI LEOPOLDO CIRNE?


Leopoldo Cirne, notável espírita brasileiro, nasceu na Paraíba, nas imediações do Município de Cabedelo, em 13 de abril de 1870 e desencarnou no Rio de Janeiro, em 31 de julho de 1941.

Foi Vice-Presidente da Federação Espírita Brasileira- FEB (RJ) até a desencarnação do seu titular, o célebre Dr. Bezerra de Menezes (11.04.1900), quando assumiu a presidência, dando continuidade à sua obra, com zelo e determinação.

Em sua gestão, iniciou-se a construção de uma sede própria para a FEB, inaugurada em 10 de dezembro de 1911. O seu trabalho destacou-se, não apenas como orador e gestor da Federação, mas pelo temperamento conciliador, fundamental para a unificação do Movimento Espírita no processo que resultou no Pacto Áureo (05.10.1949), sempre preocupado com a educação espírita, destacando-se como grande incentivador dos estudos sistematizados da doutrina. Pesquisador, tradutor de obras espíritas - traduziu obras de Léon Denis, publicadas pela FEB, também foi autor de “Memórias Históricas do Espiritismo”, “Doutrina e Prática do Espiritismo”, “A Personalidade de Jesus”, Anticristo”, “Senhor dos mundos”. Ao falecer, preparava “O Homem, Colaborador de Deus”, do qual faltava apenas um capítulo.

LEOPOLDO CIRNE é presença constante, na espiritualidade, atuando a serviço do bem, segundo narrações psicografadas por Chico Xavier, a exemplo da obra “Voltei” do Irmão Jacob (FEB) e contos de Humberto de Campos, Espírito. Nos últimos anos, LEOPOLDO CIRNE também é visto apoiando o movimento espírita paraibano seja na sede da Federação Estadual, seja no Centro Espírita que tem o seu nome, no bairro Jardim 13 de maio, em João Pessoa-PB, segundo os médiuns Divaldo Franco (BA), Raul Teixeira (RJ) e Gizélia Cirne (PB-CELC).
Fonte: Jornal TRIBUNA ESPÍRITA – CELC / pesquisas-net.

Colaborador: Vicente Gayoso

PESQUISA/CURIOSIDADES

ESDE PESQUISA/CURIOSIDADES
OFÍCIO DA FEB A SANTOS DUMONT

"Rio, 12 de Setembro de 1903. Prezado e ilustre patrício Sr. Alberto Santos-Dumont:
Consenti que ao coro de unânimes e afetuosas saudações, com que é justamente festejado o vosso regresso à pátria, se venha associar, por seus diretores abaixo assinados, a Federação Espírita Brasileira. E não vos pareça estranho, pela índole de suas cogitações, este testemunho da nossa Sociedade que, ao contrário, por força mesmo dos seus ideais espiritualistas e humanitários, não se pode de modo algum desinteressar das conquistas do século e dos benefícios que à causa do progresso humano trazem os seus colaboradores, em cujas fileiras vos reservou a Providência tão assinalado posto.
Filhos desta abençoada terra da Santa Cruz, cujos gloriosos destinos nem sequer pode sonhar a descuidosa geração contemporânea, é com verdadeiro interesse que temos acompanhado o vosso esforço perseverante, na absorção do gênio e da predestinação, por dotar a Humanidade com os benefícios dessa conquista, com que, imortalizando-vos, enobreceis ao mesmo tempo a nossa Pátria. Não enxergueis nestas expressões o intuito de vos estimular sentimentos de vaidade que, por fortuna vossa, parece serem alheios ao vosso espírito, revestido, ao contrário, da modéstia e do desinteresse característicos do verdadeiro missionário.
Se algum outro fim temos em vista, além das saudações fraternais que vos trazemos, é o de oferecer-vos, como um documento que particularmente nos parece dever interessar-vos, o número do Reformador de 1 de Agosto de 1883, jornal que no ano seguinte começou a ser órgão da nossa Sociedade, tal se conservando até agora, como vereis da coleção deste ano, que igualmente vos oferecemos.
Ali se encontra uma comunicação espírita, ditada quando apenas contáveis 3 anos de idade, a qual, recebida por um médium que ainda vive, parece que se entende convosco. Ignoramos quais sejam as vossas idéias acerca desta nova ciência que na gloriosa França, como por toda a parte, conta os mais esclarecidos e dedicados cultores. Sabemos, entretanto, pelas referências dos jornais a vosso respeito, que sois uma alma crente, alcandorando-vos nos transportes da prece, quando, nas arriscadas ascensões, expondes a vossa vida; e pois, sem nenhuma preocupação de proselitismo, temos unicamente em vista ministrar-vos esse esclarecimento acerca da providencialidade da vossa missão na Terra.
Ali se fala, é certo, de "pássaro mecânico", superior aos balões, meros "exploradores e precursores da admirável invenção". Não se entenderá, porém, com os balões cativos esta alusão? Assim nos parece, tanto mais que, não somente o vosso invento tem o valor da conquista definitiva do ar, como a data da comunicação confirma a anterioridade do vosso nascimento.
Guardai, pois, esse jornal, ao menos como uma afetuosa e espontânea recordação dos vossos irmãos espíritas do Brasil, e permiti-nos que, abraçando-vos, vos exortemos a que, de par com a simplicidade e modéstia que vos distingue, e tão bem vai nas almas crentes, conserveis sempre em Deus essa confiança, que é o segredo dos vossos triunfos, e serenidade de ânimo, e será o da vossa glorificação, não aos olhos dos homens, o que bem pouco vale, mas aos desse mesmo Deus, que é a nossa força, o nosso amparo e a razão única da nossa própria existência.
Se vos agradar continuardes a receber a nossa modesta folha, enviai-nos o vosso endereço em Paris.
E crede sempre nos cordiais e fraternos sentimentos dos vossos sinceros irmãos em Jesus.
Leopoldo Cirne, presidente; Geminiano Brazil de O. Goes, vice-presidente; Albino Gonçalves Teixeira, 1º secretário; Nilo Fortes, 2º secretário; Ulysses de Mendonça, 3º secretário; Pedro Richard, tesoureiro."
P.S.: LEOPOLDO CIRNE, posteriormente, recebe Santos Dumond na sede da FEB-RJ, ocasião onde lhe oferece uma comenda especial, para registrar a visita.
(Fonte: Reformador de setembro de 1956, p.12(200-13(201) – Artigo "A Predestinação de Santos Dumont", de Almerindo Martins de Castro.)
Colaborador: Vicente Gayoso