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08 dezembro 2012

Natal de Amor

Jesus transcende tudo quanto a Humanidade jamais conheceu e estudou.
Personalidade singular, tem sido objeto de aprofundadas pesquisas através dos tempos, permanecendo, no entanto, muito ignorado.
Amado por uns e detestado por outros, conseguiu cindir o pensamento histórico, estabelecendo parâmetros de felicidade dantes jamais sonhada, que passaram a constituir metas desafiadoras para centenas de milhões de vidas.
Podendo ter disputado honrarias e destaques na comunidade do Seu tempo, elegeu uma gruta obscura para iluminá-Ia com o Seu berço de palha e uma cruz hedionda para despedir-se do convívio com as criaturas em Sua breve existência, na qual alterou totalmente as paisagens culturais do planeta.
Vivendo pobremente, em uma cidade sem qualquer significado social ou econômico, demonstrou que a inteligência e a sabedoria promanam do Espírito e não dos fatores hereditários, ambientais, educacionais, que podem contribuir para o seu desdobramento, nunca porém, para a sua gênese.
Movimentando-se entre multidões sequiosas de orientação, numa época de inconcebíveis preconceitos de todo gênero, elegeu sempre os indivíduos mais detestados, combatidos, perseguidos, excluídos, sem que abandonasse aqueles que se encontravam em patamares mais elevados na ribalta dos valores terrestres.
Portador de incomum conhecimento da vida e das necessidades humanas, falava pouco, de forma que todos lhe apreendessem os ensinamentos e os incorporassem ao cotidiano, sem preocupar-se com os formalismos existentes.
Utilizando-se de linguagem simples e de formosas imagens que eram parte do dia-a-dia de todas as criaturas, compôs incomparáveis sinfonias ricas de esperanças e de bênçãos que prosseguem embalando o pensamento após quase dois mil anos desde quando foram apresentadas.
Nunca se permitiu uma conduta verbal e outra comportamental diferenciadas. Todos os Seus ditos encontram-se confirmados pelos Seus feitos.
Compartilhando da companhia dos párias, não se fez miserável; atendendo aos revoltados, nunca se permitiu rebelião; participando das dores gerais, manteve-se em saudável bem-estar que a todos contagiava.
Jovial e alegre, cantava os Seus hinos à vida e a Deus, sem nunca extravasar em gritaria, descompasso moral ou vulgaridade de conduta.
Amando, sem cessar, preservou o respeito por todos os seres vivos, especialmente dignificando a mulher, que sempre foi exprobrada, incompreendida, explorada, perseguida, humilhada...
Ergueu os combalidos, sem maldizer aqueles que os abandonavam.
Socorreu os infelizes, jamais condenando os responsáveis pelas misérias sociais e econômicas do Seu tempo.
... E mesmo quando abandonado, escarnecido, julgado e condenado sem culpa, manteve a dignidade incomparável que Lhe assinalava a existência, não repartindo com ninguém Suas dores e o holocausto a que se submeteu.
                                                        *
Jesus é mais do que um símbolo para a Humanidade de todos os tempos.
Mudaram as paisagens sociais e culturais no transcurso dos séculos, enquanto os indivíduos da atualidade continuam mais ou menos semelhantes àqueles do Seu tempo.
A dor prossegue jugulando ao seu eito as vidas que estorcegam em sua crueza; o orgulho enceguece vidas; o egoísmo predomina nos relacionamentos e interesses sociais; a violência dilacera as esperanças; o crime campeia à solta, e o ser humano parece descoroçoado, sem rumo.
Doutrinas salvacionistas surgem e desaparecem, propostas revolucionárias são apresentadas cada dia e sucumbem sob os camartelos dos desequilíbrios, filosofias multiplicam-se e generaliza-se a loucura dizimando as vidas que Ihes tombam nas armadilhas soezes...
Jesus, no entanto, permanece o mesmo, aguardando aqueles que O queiram seguir.
Uns adulteraram-Lhe as palavras, outros tentam atualizá-lO, mesclando Sua austeridade com a insensatez que vige em toda parte, procurando assim confundir a Sua alegria com a alucinação dos sentidos exaltados pelo sexo em desalinho, e, não obstante, nada macula Suas lições, nem diminui de intensidade a Sua proposta libertadora.
Educador por excelência, despertava o interesse dos Seus ouvintes, mantendo diálogos repassados de incomum habilidade psicológica, de forma a penetrar no âmago dos problemas existenciais, sem permitir-se reproche ou desdém.
Psicoterapeuta excepcional, identificava os conflitos sem que se fizesse necessária a verbalização por parte do enfermo, auxiliando-o a dignificar-se e liberar-se da injunção perturbadora em clima de verdadeira fraternidade.
Os poucos anos do Seu ministério, todavia, assinalaram a História com luzes que jamais se apagarão e continuarão apontando rumos para o futuro.
                                                        *
Por tudo isso, o Natal de Jesus é sempre renovador convite a uma releitura da Sua mensagem, a novas reflexões em torno das Suas palavras de luz, à revivescência dos Seus projetos de amor para com a Humanidade.
A alegria que deve dominar aqueles que O amam, evocando o Seu berço, ao invés de ser estrídula e agitada, há de espraiar-se como contribuição para diminuir as aflições e modificar as estruturas carcomidas da sociedade atual, trabalhando-as de forma a propiciar felicidade, oportunidade de trabalho, de dignificação, de saúde e de educação para todas as pessoas.
Distende, portanto, em homenagem ao Seu nascimento, a tua quota de amor a todos quantos te busquem, de forma que eles compreendam a qualidade e o elevado padrão do teu relacionamento espiritual com Ele, interessando-se também por vincular-se a esse Amigo de todas as horas.
Não desperdices a oportunidade de demonstrar que o Natal de Jesus é permanente compromisso de amor entre os Céus e a Terra através dEle, que se fez a ponte entre os homens e Deus, e que continua, vigilante e amigo, pronto para ajudar e conduzir todos aqueles que desejem a plenitude.
 
Divaldo Pereira. Pelo Espírito Joanna de Ângelis.

Cânticos das bem-aventuranças – Os perseguidos

E os lábios proféticos do Mestre anunciam:
Bem-aventurados serão todos os que sofrem perseguição por causa da Justiça porque deles é o Reino dos Céus.
O anúncio dos tempos difíceis de rejeição às alvíssaras evangélicas coroa o excelso cântico das bem-aventuranças.  Será assim ao longo dos séculos futuros. O passado que resiste ao desaparecimento empenha-se em luta mortal contra o futuro revelado. E ai de quem se apresentar como revelador.  Que o digam os visionários da superconsciência, os  hereges da santificação, os profetas de um mais espiritualizado arranjo social. Conhecerão todo tipo de obstáculo na semeadura e dificilmente estarão presentes para a colheita na mesma veste corporal.
Contra seus ideais unir-se-ão até mesmo inimigos entre si, que porão de lado suas divergências, para juntos eliminarem a ameaça nascente. Titubearão os amigos nos momentos mais decisivos da empreitada em fé vacilante que só o tempo sedimentará. E a dúvida, consumidora de preciosas energias criativas, permeará o imo da alma do revelador, de vez em quando,  reduzindo seu  ímpeto criativo. O aplauso das multidões só aparecerá quando  saciados seus desejos e atendidas suas carências. Ainda assim  modificarão seu juízo de valor ao menor risco ou promessa imediatista que lhe interesse.
Mas a força de um ideal que desce dos altiplanos da superconsciência para a planície da consciência normal, ainda envolta em querelas evolutivas cotidianas, sustenta o solitário construtor do futuro que mesmo sem ser plenamente compreendido pelos próprios seguidores deslumbra-os com sua presença, os ditos e os fatos que o cercam, e os atrai por uma conexão íntima, sintonia de alma para alma, que transcende todas as percepções sensoriais. E mesmo o povo em sua sutil inteligência de massa advinha, pressente algo que o magnetiza e alimenta.
Quando tais fenômenos chegam ao conhecimento dos dominantes, que por sua própria condição, se sentem em permanente vigília, atentos a qualquer novidade que lhes retire o poder, eles enxergam além dos fatos e identificam o perigo que deve ser exterminado. E com suas concepções e armas atacam o que lhes parece o risco intangível de destruição dos seus tesouros.
Que pode fazer o desvelador dos mundos incognoscíveis senão cumprir a sua missão? Está a serviço de um ideal tornando-o progressivamente realidade. Sabe de sua tarefa atendendo a um apelo íntimo, voz da consciência profunda, reflexo da presença divina no âmago do ser. defesa é o próprio trabalho já que não dispõe de tempo para combater a desídia, anular a calúnia, revidar os ataques à honra.
E o séquito dos legítimos profitentes, menos aptos que o seu mestre, segue seus passos na alegria natural de quem se faz partícipe de uma descoberta. Nada mais euforizante do que encontrar uma revelação, descobrir a solução para um magno problema, penetrar num reino de insuspeitadas harmonias, e daí partir para a anunciação como novos Arquimedes a bradar pelas ruas: Eureca.
Logo, logo, o brado despertará os descrentes, os aproveitadores, os mentirosos, sempre de plantão para semearem a injúria, a calúnia, a dúvida, ou mesmo montarem armadilhas para desmascarar uma suposta impostura. E quando não conseguem amedrontar o arauto do novo conhecimento vestem-se da aparente sabedoria das leis vigentes, usualmente criadas para referendar  os costumes  e as elites de uma época, e proclamam fora lei a novidade e o seu apresentador. E mesmo sem achar qualquer culpa real perante seus códigos, ainda assim forjam provas, aproveitam-se de depoimentos dúbios, compram consciências e tentam destrui-lo onde lhes parece conveniente, eliminando da convivência social ou conspurcando a sua honra.
O revelador, entretanto, imbuído da verdade de sua experiência, que nenhum ataque do mundo exterior pode abalar, prossegue. Sua defesa é o trabalho, o dever cumprido, a impassibilidade no confronto com os algozes. No afã de estender seu ideal, ocupado, não disponibiliza tempo para se confrontar com a malquerença, rebater a calúnia, convencer as vozes dissonantes. Sua vida abnegada , sua conduta no lidar com os problemas cotidianos falam com mais força de convencimento que os discursos. Mesmo contrariando o vozerio comum, e dele recebendo seus apupos, mantém firmeza de propósito no cumprimento imperioso de um dever que nasce do contato com a revelação.
As inexoráveis leis da evolução, entretanto, protegem-no na medida do necessário para o exercício da sua missão, pois ele não fala e vive para si, mas para ânsia da vida em seus processos de ascese. Perseguidos,  porque trabalham por um tempo além do presente, aparentemente derrotados, no âmbito das convenções humanas, transformam-se em pioneiros de uma história que mais tarde será reconhecida e reescrita enquanto os vencedores de momento, perseguidores, tem seus nomes convertidos em algozes, juízes venais, governantes retrógrados, enfim, os que não sabem o que fazer com as oportunidades de real progresso humanitário.
Negar um ideal é assinalar o seu valor. Dizê-lo utópico, insano, impossível, é afirmar quão distante está quem assim procede. Persegui-lo é medir forças com o imponderável evoluir, este último com a vantagem do tempo e da força intrínseca que tudo que é superior carreia...
A recompensa entretanto supera qualquer expectativa se ela existisse. Para toda a gama de infortúnios, para a expulsão do mundo dos homens, o prêmio é o Reino dos Céus... para quem se fizer fiel servidor de Deus no mundo.

André Luiz Peixinho

10 agosto 2012

Você não vê o Ar nem o Amor, mas Respira e Sente. Assim também é a Fé!


Li na Revista Época, “O Universo, Deus e Você”, onde uma pessoa denominada “ateu4ever” fez um comentário um tanto quanto radical que diz assim: “Eu recomendaria a todos que crêem em homem que anda sobre águas, em virgens que concebem por meio de anjos, parem e continuam virgens, aos que acreditam que mulheres foram criadas de costelas de homens e aos que acreditam que trombetas derrubam muralhas, além do dito cujo que abriu o mar vermelho com o cajado, e tantos outros absurdos, que vão ao hospício mais próximo”. Para que isto? Eu acredito em Deus acima de todas as coisas. Não tenho dúvida nenhuma de sua existência. Se não o vejo pessoalmente, o vejo em seus atos para comigo e a humanidade. Gente igual a este aí tem muita. Eu tenho um amigo que ainda adolescente foi morar na Inglaterra. Quando voltou, veio com estes papos de “ateu”. Pedi a ele que parasse com isto porque eu sabia que aquilo esse não era o verdadeiro pensamento dele. Eu não estava errado porque muitas e muitas vezes o vi falar: "ai meu Deus", quando estava em alguma situação atípica. Isto é uma prova de que ele acredita ou teme algo que vem do desconhecido, queira ele ou não. Tomara que ele mude de opinião, pois Deus aceita todos os pedidos, principalmente dos arrependidos. Se ele tiver algum problema que o esteja colocando em perigo que ele peça, mesmo que seja um milagre, porque pelo o que eu saiba só quem faz milagre é “Deus”. É como disse Millor Fernandes: “Os ateus têm um Deus em que nem eles acreditam”. Não sou evangélico, não carrego a Bíblia debaixo do braço, porém, tenho fé e acredito em um ser superior a tudo que existe. Peço sempre que Ele que me proteja, até mesmo quando estou tomando minha cervejinha, vendo meu futebolzinho, ouvindo meu Rock in Roll e, principalmente quando estou escrevendo aqui no Blog para que minhas palavras não descriminem e nem machuque ninguém.

O físico Lawrence Kraus, “ateu” de carteirinha, ao lado deStephen Hawking, afirma em uma entrevista que nosso universo surgiu do nada, que os milagres se tornaram absoletos e que Deus se tornou redundante. Para ele, tudo começou com uma partícula chamada de “Partícula de Deus”,batizada pelos cientistas de “Bóson de Higgs”, que esquentou tanto que sua explosão criou o chamado Big Bang há 13,7 bilhões de anos atrás de onde surgiu o universo e que Deus não tem nada a ver com isso. Só que também existem vários cientistas que acreditam na existência de Deus. Um deles é o pesquisador polonês Michael Keller ganhador de um dos mais cobiçados já dados em Nova York pela Fundação Templeton. Ele montou a sua metodologia a partir do chamado “Deus dos cientistas”: o mesmo Big Bang, a grande explosão de um átomo primordial que teria originado tudo aquilo que compõe o universo. Ele diz que “Em todo processo físico há uma seqüência de estados. Um estado precedente é uma causa para outro estado que é seu efeito. E há sempre uma lei física que descreva esse processo”. E, em seguida, fustiga de novo o pensamento: “Mas o que existia antes desse átomo primordial?” Em poucas palavras, ela se define assim: “a ciência encontrou Deus”. Keller faz uma comparação com a medicina, valendo-se do que se chama diagnóstico por exclusão: “Quando uma doença não preenche os requisitos para as mais diversas enfermidades já conhecidas, não é por isso que ela deixa de ser uma doença. De volta agora à questão da formação do universo, há perguntas que a ciência não responde, mas o universo está aqui e nós, nele”. Nesse “buraco negro” entra Deus. O mais engraçado é que o físico Hawking, em um livro de 1988, sugere que a idéia de uma criação divina seria compatível com uma compreensão científica do Universo, dizendo que: "Se nós descobrirmos uma teoria completa será o triunfo definitivo da razão humana - pois então nós deveremos conhecer a mente de Deus”.

Tudo bem que os cientistas pesquisem, estudem, achem suas explicações para o inexplicável, mas para que colocar Deus no meio disso tudo? Ele quer convencer quem? Segundo uma pesquisa, 92% das pessoas acreditam em Deus ou algum tipo de "poder superior". Um dado interessante: a Grã-Bretanha é o país com a maior parcela de descrentes: 33% não acreditam em Deus nem em qualquer "poder superior". Está explicado o porquê do comportamento do meu amigo acima. Foi à convivência com “ateus”, nada de pensamento próprio.Cientistas sempre foram respeitados, como Charles Darwim, que disse: “Posso dizer-vos que a impossibilidade de considerar este magnífico universo, que contém o nosso “eu” consciente como obra do acaso, é para mim o principal argumento em favor da existência de Deus”. Eu sou leigo em assuntos científicos e, não estou criticando os cientistas pesquisadores que descobrem remédios para curas de doenças que antigamente eram dadas como incuráveis. Estou criticando aqueles que em vez de estarem ao lado da humanidade procurando a cura do câncer, ou na invenção da pílula da fome para o fim da miséria do mundo, ficam aí querendo provar a inexistência de um ser invisível aos olhos, mas sentido nos corações das pessoas. Ou será que eles acham que o acreditar da maioria não passa de uma histeria coletiva?Suponhamos que vocês provem que Deus não exista, o que vão ganhar com isso? Nada, pois nada mudará. Mas e se vocês chegarem à conclusão que Ele existe? Fiquem tranqüilos porque Ele os perdoará, pois com Ele não tem revanchismo. Ao contrário de nós humanos, é misericordioso. Está certo que você pode ser cético como o Senhor “ateu4ever”, mas, por favor, se não acredita, também não questione a existência de Deus na qual acreditamos. Você vê o ar? Vê o amor? Claro que não, mas com certeza respira e sente. Assim também é a Fé. Até a próxima.
 
 
Colaborador: Júnior madruga

17 junho 2012

Orai e Vigiai

"Vigiai e Orai, para não cairdes em tentação". Jesus (Mateus, 26,41)

Prece / oração - É o ato de comunicação do homem com o sagrado: Deus, os deuses, a realidade transcendental ou o poder sobrenatural. No início parece uma
queixa, uma angústia, um sofrimento, mas depois pode englobar uma adoração ou um agradecimento. Para os panteístas é absorção no todo universal. No meio espírita encontramos algumas frases, tais como, “ato de caridade”, “apoio para a alma”, “uma invocação”, “uma evocação”, “uma conversa com Deus”, “transporte do coração”, “vibração”, “explosão da fé”, “irradiação protetora” e “caminho de luz”. (Equipe da FEB, 1995)
Vigilância - Precaução, cuidado, prevenção.

PRECE
PERGUNTAS E RESPOSTAS
Pergunta. O que é a prece?
R = A prece é um ato de adoração ao Criador.
Pergunta. Como se deve orar?
R = Não é preciso ficar de joelho, sentado ou de pé. A postura física é o que menos conta.
Pergunta. Por que devemos orar?
R = Porque a prece é um lenitivo para as nossas preocupações.
Pergunta. Onde se deve orar?
R = Em qualquer lugar. Observe que a citação bíblica que prescreve entrar no quarto, fechar a porta e perdoar os inimigos, pode ser entendida como entrar no quarto “íntimo”. E no quarto íntimo, podemos entrar estando em qualquer lugar: no ônibus, no metrô, na praia etc.
Pergunta. Quando devemos orar?
R = Também não há prescrição, contudo O Evangelho Segundo o Espiritismo orienta-nos a orar pela manhã e à noite.


HISTÓRICO
Na busca de subsídios, através do tempo, a Bíblia oferece-nos informações valiosas.
No Velho Testamento, Abraão, Moisés, Samuel, David e Salomão são considerados os expoentes de 1.ª grandeza em termos de oração. O tabernáculo e o templo, consagrados à santidade e glória de Iavé, são os lugares por excelência, a certa altura quase exclusivos, da oração.
No Novo Testamento, Jesus Cristo tornou-se o grande modelo e mestre da oração, pois esta era para ele imperativo de Sua natureza humana e resposta à Sua condição de Filho de Deus. A profundidade e eloquência da oração de Jesus impressionaram vivamente os discípulos, aos quais, a seu pedido, ensinou o Pai Nosso, oração de conteúdo riquíssimo e esquematização modelar, pois aí se conjugam e hierarquizam harmoniosamente os interesses do Reino e as necessidades espirituais dos filhos de Deus. Além do conteúdo e do modo, Cristo incutiu também repetidamente a necessidade da oração assídua, humilde, sincera, filial.
Os apóstolos foram os fiéis propagadores da oração: Santo Agostinho, S. J. Damasceno, Santo Tomás de Aquino e outros. No entanto todos convergem em considerar a oração uma elevação da mente para Deus, um colóquio ou diálogo com Deus, um pedido das coisas convenientes ao homem dirigido a Deus. (Enciclopédia Luso-Brasileira de Cultura)

ADORAÇÃO
A lei de adoração é a primeira das Leis Naturais estudas por Allan Kardec em O Livro dos Espíritos. Diz-nos o Codificador, através do auxílio dos Espíritos superiores, que a adoração é natural e pertence à espécie humana.
Em virtude da ignorância das verdades religiosas, os homens acabaram adotando diversas formas míticas e místicas de adoração, desviando o pensamento da essência fundamental do ato de adorar. Assim sendo, a maioria das pessoas liga-se a uma religião, a uma seita, a uma corrente espiritualista, muito mais para resolver o seu problema material do que para a busca da verdadeira espiritualização do ser. É por isso que se sugere, no meio espirita, a substituição do termo adoração por reverência, no sentido de se eliminar o ranço pejorativo que o termo adorar agrega.
A adoração, sendo uma ligação com o sagrado, permite-nos abrir um parêntese e introduzir a noção de hierofania. Por hierofania, Mircea Elíade entende o ato de manifestação do sagrado. A história das religiões tem um número considerável de hierofanias, ou seja, todas as manifestações das realidades religiosas. É isso o que explica o sagrado manifestando-se em pedras, animais, árvores etc. Não são as pedras, as árvores, os animais, os objetos que são adorados, mas sim o que eles representam para a coletividade. Observe, por exemplo, uma cruz: ela é um pedaço de madeira como tantas outras peças feitas da mesma madeira. Contudo, no processo de hierofanização, a cruz adquire valor sagrado, ou seja, serve para exorcizar espíritos maléficos. Nessa mesma linha de raciocínio podemos incluir a adoração das vacas na Índia. (Eliade, 1957, p. 25)
Os cientistas sociais, na tentativa de separar o sagrado do profano, acabam tendo pouco êxito, pois o que se vê é o caráter ambíguo do termo predominar. O direito, a moral, a ética, o casamento e outros temas trazem em si um considerável peso de sagrado. Em Direito — uma ciência — a arquitetura dos tribunais, a toga do juiz, o ritual das sessões dos tribunais, mesmo o uso de símbolos religiosos para o juramento, por exemplo, apontam certos aspectos da instituição do direito que têm pelo menos certo sabor de sagrado. (Boulding, 1974, p. 4)

TIPOS DE PRECE
Devido à conexão e à intermitência entre os vários tipos de prece, é difícil concebê-los em termos de uma classificação rígida. De qualquer forma, podemos enumerar alguns desses tipos:
Súplica – Solicitação de vida longa, obtenção de bens materiais e prosperidade financeira são os seus ingredientes favoritos. Como para obtenção de tais objetivos, o ser humano vale-se da invocação mágica, este tipo de prece pode tornar-se um desvio da verdadeira prece, principalmente quando feita para obter recompensas ou troca de pagamento com Deus.
Confissão – o termo confissão expressa ao mesmo tempo uma afirmação da fé e o reconhecimento do estado de “pecado”.
Intercessão – é a prece feita em favor de outrem. Em algumas sociedades primitivas, o chefe de família ora para os outros membros da família, mas estas preces são também extensivas à tribo inteira. (Encyclopaedia Brittannica)
Allan Kardec, na P. 659 de O Livro dos Espíritos, diz-nos que pela prece podemos fazer três coisas: louvar, pedir e agradecer

EFICÁCIA DA PRECE
É pelo pensamento que nos colocamos em sintonia com outros seres, tanto encarnados como desencarnados. Por intermédio de nossas ondas mentais, podemos auxiliar e sermos auxiliados pelas outras mentes que entram em contato conosco. Atuando sobre esse fluxo energético curamos e somos curados de algumas doenças, até aquelas catalogadas pela medicina como incuráveis. A cura do incurável dá origem ao milagre. Mas, para o Espiritismo, o milagre não existe, pois não podemos derrogar as leis da natureza. O que há é uma extrema aceleração dos processos de cura. (Kardec, 1984, cap. XXVII)
CRISE NA ORAÇÃO
A crise da oração que se verifica na sociedade contemporânea pode ser devido a:
Ateísmo em suas diversas formas;
Afrouxamento da fé e a esterilidade moral do culto de muitos cristãos;
Incapacidade de conciliar racionalmente a imutabilidade de Deus com a liberdade do homem imiscuída na oração de súplica.
O êxito do progresso técnico e cientifico que outorga ao homem bens de conforto e consumo outrora pedidos a Deus como seu único senhor e distribuidor;
Redução da prática e, às vezes, do próprio conceito de oração, à oração de súplica, com prejuízo dos aspectos imanentes e essenciais da oração.

PASSADO DELITUOSO
O Espírito Emmanuel alerta-nos que as mais terríveis tentações encontram-se no fundo sombrio de nossa individualidade. E o que vem isto significar? É que quando reencarnamos trazemos conosco, impregnados em nosso subconsciente, todos os erros e mazelas cometidas em outras épocas. Como temos o esquecimento do passado, a sua manifestação dá-se pela intuição e pelo sentimento. A simples presença do adversário de outras épocas faz ecoar dentro de nós o ódio, a vingança, o repúdio. Por isso a vigilância. Tomando-se consciência da situação, proceder à prece silenciosa em favor da harmonia.
“Em nós mesmos podemos exercitar o bom ânimo e a paciência, a fé a humildade ... Não te proponhas, desse modo, atravessar a mundo, sem tentações. Elas nascem contigo, assomam de ti mesmo e alimentam-se de ti, quando não as combates, dedicadamente, qual o lavrador sempre disposto a cooperar com a terra da qual precisa extrair as boas sementes ... Entretanto, lembremo-nos do ensinamento do Mestre, vigiando e orando, para não sucumbirmos às tentações, de vez que mais vale chorar sob os aguilhões da resistência que sorrir sob os narcóticos da queda”. (Fonte Viva, 110)



Embora as preces que fazemos não irão desviar-nos de nossos problemas e desilusões, elas são um bálsamo reconfortante para a nossa alma enfermiça, pois faz-nos penetrar em estados de suave sossego e gozos que somente aquele que ora é capaz de decifrar.

Sérgio Biagi Gregório

A Influência Moral do Médium nas Comunicações

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Por mais que nos dediquemos em estudar, para melhor compreensão da Mediunidade, ainda muito pouco sabemos a respeito desse maravilhoso dom com que a Soberana Sabedoria do universo nos contemplou para as mais altas e salutares tarefas de ordem Espiritual.
Porém, à medida que vamos sendo esclarecidos, sobre sua utilização de maneira proveitosa para o nosso crescimento como Espíritos Imortais que somos, melhor podemos percebê-la, senti-la e presenciar seus efeitos, para entender que achamo-nos ainda nas preliminares de suas questões tão complexas, não obstante a Mediunidade datar de todos os tempos, outorgada por Deus a todos os seus filhos.
Assim, pinçamos dentro de uma vasta literatura, sobre esse tão belo tema, algumas linhas que possam nos trazer um pouco mais de esclarecimento, no propósito maior de
contribuir para que nos tornemos dignos tarefeiros da área mediúnica, buscando servir cada dia mais e melhor; tornando-nos instrumentos úteis na lavoura do Mestre de Nazaré, espalhando em nossa volta a claridade do amor em forma de caridade aos mais necessitados.
Começamos pelo Livro dos Médiuns, onde recolhemos os ensinamentos que seguem:
226.O desenvolvimento da mediunidade guarda relação com o desenvolvimento moral dos médiuns?
"Não; a faculdade propriamente dita se radica no organismo; independe do moral. O mesmo, porém, não se dá com o seu uso, que pode ser bom, ou mau, conforme as qualidades do médium."
Sempre se há dito que a mediunidade é um dom de Deus, uma graça, um favor. Por que, então, não constitui privilégio dos homens de bem e por que se vêem pessoas indignas que a possuem no mais alto grau e que dela usam mal?
"Todas as faculdades são favores pelos quais deve a criatura render graças a Deus, pois que homens há privados delas. Poderias igualmente perguntar por que concede Deus vista magnífica a malfeitores, destreza a gatunos, eloquência aos que dela se servem para dizer coisas nocivas. O mesmo se dá com a mediunidade. Se há pessoas indignas que a possuem, é que disso precisam mais do que as outras, para se melhorarem. Pensas que Deus recusa meios de salvação aos culpados? Ao contrário, multiplica-os no caminho que eles percorrem; põe-nos nas mãos deles. Cabe-lhes aproveitá-los. Judas, o traidor, não fez milagres e não curou doentes, como apóstolo? Deus permitiu que ele tivesse esse dom, para mais odiosa tornar aos seus próprios olhos a traição que praticou."
Os médiuns, que fazem mau uso das suas faculdades, que não se servem delas para o bem, ou que não as aproveitam para se instruírem, sofrerão as consequências dessa falta?
"Se delas fizerem mau uso, serão punidos duplamente, porque têm um meio a mais de se esclarecerem e o não aproveitam. Aquele que vê claro e tropeça é mais censurável do que o cego que cai no fosso."
Visto que as qualidades morais do médium afastam os Espíritos imperfeitos, como é que um médium dotado de boas qualidades transmite respostas falsas, ou grosseiras?
"Conheces, porventura, todos os escaninhos da alma humana? Demais, pode a criatura ser leviana e frívola, sem que seja viciosa. Também isso se dá, porque, às vezes, ele necessita de uma lição, a fim de manter-se em guarda."
Por que permitem os Espíritos superiores que pessoas dotadas de grande poder, como médiuns, e que muito de bom poderiam fazer, sejam instrumentos do erro?
"Os Espíritos de que falas procuram influenciá-las; mas, quando essas pessoas consentem em ser arrastadas para mau caminho, eles as deixam ir. Daí o servirem-se delas com repugnância, visto que a verdade não pode ser interpretada pela mentira. "
Será absolutamente impossível se obtenham boas comunicações por um médium imperfeito?
"Um médium imperfeito pode algumas vezes obter boas coisas, porque, se dispõe de uma bela faculdade, não é raro que os bons Espíritos se sirvam dele, à falta de outro, em circunstâncias especiais; porém, isso só acontece momentaneamente, porquanto, desde que os Espíritos encontrem um que mais lhes convenha, dão preferência a este."
Qual o médium que se poderia qualificar de perfeito?
"Perfeito, ah! bem sabes que a perfeição não existe na Terra, sem o que não estaríeis nela. Dize, portanto, bom médium e já é muito, por isso que eles são raros. Médium perfeito seria aquele contra o qual os maus Espíritos jamais ousassem, uma tentativa de enganá-lo. O melhor é aquele que, simpatizando somente com os bons Espíritos, tem sido o menos enganado."
Se ele só com os bons Espíritos simpatiza, como permitem estes que seja enganado?
"Os bons Espíritos permitem, às vezes, que isso aconteça com os melhores médiuns, para lhes exercitar a ponderação e para lhes ensinar a discernir o verdadeiro do falso. Depois, por muito bom que seja, um médium jamais é tão perfeito, que não possa ser atacado por algum lado fraco. Isto lhe deve servir de lição. As falsas comunicações, que de tempos a tempos ele recebe, são avisos para que não se considere infalível e não se ensoberbeça. Porque, o médium que receba as coisas mais notáveis não tem que se gloriar disso, como não o tem o tocador de realejo que obtém belas árias movendo a manivela do seu instrumento."
Quais as condições necessárias para que a palavra dos Espíritos superiores nos chegue isenta de qualquer alteração?
"Querer o bem; repulsar o egoísmo e o orgulho. Ambas essas coisas são necessárias."
Uma vez que a palavra dos Espíritos superiores não nos chega pura, senão em condições difíceis de se encontrarem preenchidas, esse fato não constitui um obstáculo à propagação da verdade?
"Não, porque a luz sempre chega ao que a deseja receber. Todo aquele que queira esclarecer-se deve fugir às trevas e as trevas se encontram na impureza do coração.
"Os Espíritos, que considerais como personificações do bem, não atendem de boa-vontade ao apelo dos que trazem o coração manchado pelo orgulho, pela cupidez e pela falta de caridade.
"Expurguem-se, pois, os que desejam esclarecer-se, de toda a vaidade humana e humilhem a sua inteligência ante o infinito poder do Criador. Esta a melhor prova que poderão dar da sinceridade do desejo que os anima. É uma condição a que todos podem satisfazer."
227. Se o médium, do ponto de vista da execução, não passa de um instrumento, exerce, todavia, influência muito grande, sob o aspecto moral. Pois que, para se comunicar, o Espírito desencarnado se identifica com o Espírito do médium, esta identificação não se pode verificar, senão havendo, entre um e outro, simpatia e, se assim é lícito dizer-se, afinidade. A alma exerce sobre o Espírito livre uma espécie de atração, ou de repulsão, conforme o grau da semelhança existente entre eles. Ora, os bons têm afinidade com os bons e os maus com os maus, donde se segue que as qualidades morais do médium exercem influência capital sobre a natureza dos Espíritos que por ele se comunicam. Se o médium é vicioso, em torno dele se vêm grupar os Espíritos inferiores, sempre prontos a tomar o lugar aos bons Espíritos evocados. As qualidades que, de preferência, atraem os bons Espíritos são: a bondade, a benevolência, a simplicidade do coração, o amor do próximo, o desprendimento das coisas materiais. Os defeitos que os afastam são: o orgulho, o egoísmo, a inveja, o ciúme, o ódio, a cupidez, a sensualidade e todas as paixões que escravizam o homem à matéria. ¹
Fonte: Livro dos Médiuns Capítulo XX.
Passamos agora a alguns ensinamentos contidos no Livro: Nos Domínios da Mediunidade, pelo Espírito André Luiz, Psicografia de Chico Xavier.
Capítulo I - Indubitavelmente - concordava o Assistente Áulus - a mediunidade é problema dos mais sugestivos na atualidade do mundo. Aproxima-se o homem terreno da Era do Espírito. Sob a luz da Religião Cósmica do Amor e da Sabedoria e, decerto, precisa de cooperação, a fim de que se lhe habilite o entendimento.
Sobre Áulus, informa-nos André Luiz: Interessava-se pelas experimentações mediúnicas, desde 1779, quando conhecera Mesmer, em Paris, no estudo das célebres proposições lançadas a público pelo famoso magnetizador. Reencarnando no início do século passado, apreciara, de perto, as realizações de Allan Kardec, na codificação do Espiritismo, e privara com Cahagnet e Balzac, com Théophile Gautier e Victor Hugo, acabando seus dias na França, depois de vários decênios consagrados à mediunidade e ao magnetismo, nos moldes científicos da Europa. No mundo espiritual prosseguiu no mesmo rumo, observando e trabalhando em seu apostolado educativo. Dedicando-se agora à obra de espiritualização no Brasil, e isto há mais de trinta anos, comentava, otimista, as esperanças do novo campo de ação, dando-nos a conhecer a primorosa bagagem de memória e experiências de que se fazia portador.
Áulus leva André Luiz e Hilário para ouvirem a palestra do Instrutor Albério, em vasto recinto do Ministério das Comunicações, que entre outros ensinamentos lhes falou:
"...Cada mundo possui o campo de tensão electromagnética que lhe é próprio, no teor de força gravítica em que se equilibra, e cada alma se envolve no círculo de forças vivas que lhe transpiram do "hálito" mental, na esfera de criaturas a que se imana, em obediência às suas necessidades de ajuste ou crescimento para imortalidade.
Cada planeta revoluciona na órbita que lhe é assinalada pelas do equilíbrio, sem ultrapassar as linhas de gravitação que lhe dizem respeito, e cada consciência evolve no grupo espiritual a cuja movimentação se subordina.
Somos, pois, vastíssimo conjunto de Inteligências, sintonizadas no mesmo padrão vibratório de percepção, integrando um Todo, constituído de alguns bilhões se seres, que formam por assim dizer a Humanidade Terrestre...
...Filhos do Criador, d'Ele herdamos a faculdade de criar e desenvolver nutrir e transformar.
Naturalmente circunscritos nas dimensões conceptuais em que nos encontramos, embora na insignificância de nossa posição comparada à glória dos Espíritos que já atingiram a angelitude, podemos arrojar de nós a energia atuante do próprio pensamento, estabelecendo, em torno de nossa individualidade, o ambiente psíquico que nos é particular...
...Nossa mente é, dessarte, um núcleo de forças inteligentes, gerando plasmas sutil que, a exteriorizar-se incessantemente de nós, oferece recursos de objetividade às figuras de nossa imaginação, sob o comando de nossos próprios desígnios.
A idéia de um "ser" organizado por nosso espírito, a que o pensamento dá forma e ao qual a vontade imprime movimento e direção.
Do conjunto de nossas idéias resulta a nossa própria existência...
...Segundo é fácil de concluir, todos os seres vivos respiram na onda de psiquismo dinâmico que lhes é peculiar, dentro das dimensões que lhes são características ou na frequência que lhes é própria. Esse psiquismo independe dos centros nervosos, de vez que, fluindo da mente, é ele que condiciona todos os fenômenos da vida orgânica em si mesma...
... Examinando, pois, os valores anímicos como faculdades de comunicação entre os Espíritos, qualquer que seja o plano em que se encontrem, não podemos perder de vista o mundo mental do agente e do recipiente, porquanto, em qualquer posição mediúnica, a inteligência receptiva está sujeita às possibilidades e a interpretações dos pensamentos que é capaz de produzir.
Um hotentote desencarnado, em se comunicando com um sábio terrestre, ainda jungido ao envoltório físico, não lhe poderá oferecer notícias outras, além dos assuntos triviais em que se lhe desdobraram no mundo as experiências primitivistas, e um sábio, sem o indumento carnal, entrando em relação com o hotentote, ainda colado ao seu "habitat" africano, não conseguirá facultar-lhe cooperação imediata, senão no trabalho embrionário em que se lhe encravam os interesses mentais, como sejam o auxílio a um rebanho bovino ou a cura de males do corpo denso. Por isso mesmo, o hotentote não se sentiria feliz na companhia do sábio e o sábio, a seu turno, não se demoraria com o hotentote, por falta desse alimento quase imponderável a que podemos chamar "vibrações compensadas".
É da lei, que nossas maiores alegrias sejam recolhidas ao contacto daqueles que, em nos compreendendo, permutam conosco valores mentais de qualidades idênticas aos nossos, assim como as árvores oferecem maior coeficiente de produção se colocadas entre companheiras da mesma espécie, com as quais trocam seus princípios germinativos.
Em mediunidade, portanto, não podemos olvidar o problema da sintonia.
Atraímos os Espíritos que se afinam conosco, tanto quanto somos por eles atraídos; e se é verdade que cada um de nós somente pode dar conforme o que tem, é indiscutível que cada um recebe de acordo com aquilo que dá.
Achando-se a mente na base de todas as manifestações mediúnicas, quaisquer que sejam os característicos em que se expressem, é imprescindível enriquecer o pensamento, incorporando-lhe os tesouros morais e culturais, os únicos que nos possibilitam fixar a luz que jorra para nós, das Esferas Mais Altas, através dos gênios da sabedoria e do amor que supervisionam nossas experiências.
Procederam acertadamente aqueles que compararam nosso mundo mental a um espelho.
Refletimos as imagens que nos cercam e arremessamos na direção dos outros as imagens que criamos.
E, como não podemos fugir ao imperativo da atração, somente retrataremos a claridade e a beleza, se instalarmos a beleza e a claridade no espelho de nossa vida íntima...
... Missões santificantes e guerras destruidoras, tarefas nobres e obsessões pérfidas, guardam origem nos reflexos da mente individual ou coletiva, combinados com as forças sublimadas ou degradantes dos pensamentos de que se nutrem.
Saibamos, assim, cultivar a educação, aprimorando-nos cada dia.
Médiuns somos todos nós, nas linhas de atividade em que nos situamos.
A força psíquica, nesse ou naquele teor de expressão, é peculiar a todos os seres, mas não existe aperfeiçoamento mediúnico sem acrisolamento da individualidade.
É contraproducente intensificar a movimentação da energia sem disciplinar-lhe os impulsos.
É perigoso possuir sem saber usar.
O espelho sepultado na lama não reflete o esplendor do Sol.
O lago agitado não retrata a imagem da estrela que jaz no infinito.
Elevemos nosso padrão de conhecimento pelo estudo bem conduzido e apuremos a qualidade de nossa emoção pelo exercício constante das virtudes superiores, se nos propomos recolher a mensagem das Grandes Almas.
Mediunidade não basta só por si.
É imprescindível saber que tipo de onda mental assimilamos para conhecer da qualidade de nosso trabalho e ajuizar de nossa direção."
Capítulo II - Áulus esclarece a André Luiz e seu companheiro Hilário sobre a possibilidade do plano espiritual aquilatar as possibilidades dos grupos de trabalhadores do plano físico na tarefa mediúnica, com o auxílio de um aparelho especial chamado Psicoscópio.
"...Em nosso esforço de supervisão, podemos classificar sem dificuldade as perspectivas desse ou daquele agrupamento de serviços psíquicos que aparecem no mundo. Analisando a psicoscopia de uma personalidade ou de uma equipe de trabalhadores, é possível anotar-lhes as possibilidades e categorizar-lhes a situação.
Segundo as radiações que projetam, planejamos a obra que podem realizar no tempo.
Se o espectroscópio permite ao homem perquirir a natureza dos elementos químicos, localizados a enormes distâncias, através da onda luminosa que arrojam de si, com muito mais facilidade identificamos os valores da individualidade humana pelos raios que emite. A moralidade, o sentimento, a educação e o caráter são claramente perceptíveis, através de ligeira inspeção.
Mas - indagou Hilário, investigador -, e na hipótese de surgirem elementos arraigados ao mal, numa formação de cooperadores do bem? De posse da ficha psicoscópica, os instrutores espirituais providenciar-lhes-ão a expulsão?
Não será preciso. Se a maioria permanece empenhada na extensão do bem, a minoria encarcerada no mal distancia-se do conjunto, pouco a pouco, por ausência de afinidade.
Contudo - alegou ainda o meu companheiro - , que acontece numa instituição cujo programa elevado se degenera em desequilíbrio, induzindo-nos a reconhecer que a virtude aí não passa de bandeira fictícia, acobertando a ignorância e a perversidade?
Então, nesse caso - adiantou o interpelado, tolerante -, dispensamos qualquer regime de perseguição ou denúncia. Encarrega-se a vida de colocar-nos no lugar que nos compete...
...Não podemos realizar qualquer estudo de faculdades medianímicas, sem o estudo da personalidade. Considero, assim, de extrema importância a apreciação dos centros cerebrais, que representam bases de operação do pensamento e da vontade, que influem de modo compreensível em todos os fenômenos mediúnicos, desde a intuição pura à materialização objetiva. Esses recursos, que merecem a defesa e o auxílio das entidades sábias e benevolentes, em suas tarefas de amor e sacrifício junto dos homens, quando os medianeiros se sustentam no ideal superior da bondade e do serviço ao próximo, em muitas ocasiões podem ser ocupados por entidades inferiores ou animalizadas, em lastimáveis processos de obsessão...
... Muitos médiuns se arrojam a prejuízos dessa ordem. Depois de ensaios promissores e começo brilhante, acreditam-se donos de recursos espirituais que lhes não pertencem ou temem as aflições prolongadas da marcha e recolhem-se à inutilidade, descendo de nível moral ou conchegando-se a improdutivo repouso, porquanto retomam inevitavelmente a cultura dos impulsos primitivos que o trabalho incessante no bem os induziria a olvidar...
...Nossas realizações espirituais do presente são pequeninas réstias de claridade sobre as pirâmides de sombra do nosso passado. É imprescindível muita cautela com as sementeiras do bem para que a ventania do mal não as arrase. É por isso que a tarefa mediúnica, examinada como instrumentação para a obra das Inteligências superiores, não é tão fácil de ser conduzida a bom termo, de vez que, contra o canal ainda frágil que se oferece à passagem da luz, acometem as ondas pesadas de treva da ignorância, a se agitarem, compactas, ao nosso derredor..."
Capítulo III
"..O Espírito em turvação é um alienado mental, requisitando auxílio. Nas sessões de caridade, qual a que presenciamos, o primeiro socorrista é o médium que o recebe, mas, se esse socorrista cai no padrão vibratório do necessitado que lhe roga serviço, há pouca esperança no amparo eficiente. O médium, pois, quando integrado nas responsabilidades que esposa, tem o dever de colaborar na preservação da ordem e da respeitabilidade na obra de assistência aos desencarnados, permitindo-lhes essa manifestação não colida com a dignidade imprescindível ao recinto...
... E numa imagem feliz para ilustrar o assunto, ajuntou:
- Um médium passivo, em tais circunstâncias, pode ser comparado à mesa de serviço cirúrgico, retendo o enfermo necessitado de concurso médico.
Se o móvel especializado não possuísse firmeza e humildade, qualquer intervenção seria de todo impossível..."
Capítulo XIII
Em matéria de mediunidade, não nos esqueçamos do pensamento.
Nossa alma vive onde se lhe situa o coração.
Caminharemos, ao influxo de nossas próprias criações, seja onde for.
A gravitação no campo mental é tão incisiva, quanto na esfera da experiência física.
Servindo ao progresso geral, move-se a alma na glória do bem. Emparedando-se no egoísmo, arrasta-se, em desequilíbrio, sob as trevas do mal.
A lei Divina é o bem de todos.
Colaborar na execução de seus propósitos sábios é iluminar a mente e clarear a vida. Opor-lhe entraves, a pretexto de acalentar caprichos perniciosos, é obscurecer o raciocínio e coagular a sombra ao redor de nós mesmos.
É indispensável ajuizar quanto à direção dos próprios passos, de modo a evitarmos o nevoeiro da perturbação e a dor do arrependimento.
Nos domínios do espírito não existe a neutralidade.
Evoluímos com a luz eterna, segundo os desígnios de Deus, ou estacionamos na treva, conforme a indébita determinação de nosso "eu".
... Satisfazer-se alguém com o rótulo, em matéria religiosa, sem qualquer esforço de sublimação interior, é tão perigoso para a alma quanto deter uma designação honorífica entre os homens com menosprezo pela responsabilidade que ela impõe.
Títulos de fé não constituem meras palavras, acobertando-nos deficiências e fraquezas. Expressam deveres de melhoria a que não nos será lícito fugir, sem agravo de obrigações.
Em nossos círculos de trabalho, desse modo, não nos bastará o ato de crer e convencer.
Ninguém é realmente espírita à altura desse nome, tão-só porque haja conseguido a cura de uma escabiose renitente, com o amparo de entidades amigas, e se decida, por isso, a aceitar a intervenção do Além-Túmulo na sua existência; e ninguém é médium, na elevada conceituação de termo, somente porque se faça órgão de comunicação entre criaturas visíveis e invisíveis.
Para conquistar a posição de trabalho a que nos destinamos, de conformidade com os princípios superiores que nos enaltecem o roteiro, é necessário concretizar-lhes a essência em nossa estrada, por intermédio do testemunho de nossa conversão ao amor santificante.
Não bastará, portanto, meditar a grandeza de nosso idealismo superior. É preciso substancializar-lhe a excelsitude em nossas manifestações de cada dia. ²
É, muito importante que, nós médiuns, nos conscientizemos do grande benefício que o correto exercício da mediunidade nos faculta, e busquemos nos aprimorar cada vez mais nas tarefas de socorro espiritual, para subirmos alguns degraus na escalada do progresso espiritual que tem em Jesus Cristo o modelo a ser seguido por todos, para que exercitando a prática da caridade em prol do mais necessitado, espalhando o bem em torno dos nossos passos, seguindo seus exemplos, consigamos por fim levar a efeito a nossa necessária e tão sonhada reforma moral.
Para saber mais leia:
1) Livro dos Médiuns Capítulo XX.
2) Nos Domínios da Mediunidade, pelo Espírito André Luiz, Psicografia de Chico Xav
 
Colaborador: Júnior Madruga

18 maio 2012

Salvação segundo a Doutrina Espírita

Estudando a Doutrina Espírita, compreendemos que Jesus não morreu por ninguém ou para salvar alguém do Inferno. Sua morte não significa a nossa salvação, e nem o perdão “adiantado” dos erros que cometemos.

Jesus, o Espírito mais evoluído que já esteve na Terra, encarnou e viveu neste Mundo por amor a nós, para exemplificar o amor, o perdão, a caridade, a fé, sendo “o modelo e guia, o tipo de perfeição moral a que se pode aspirar na Terra”, definição essa contida na questão 625 de O Livro dos Espíritos.

“Pelas obras é que se reconhece o cristão”, pois se apenas a fé salvasse o indivíduo, de que valeria a caridade, a reforma íntima, o trabalho no bem? Qualquer um que se arrependesse de seus erros antes de morrer seria salvo e iria para o Céu, mesmo se tivesse sido um ladrão ou assassino? E onde estaria, nesse caso, a justiça de Deus, que oferece tempo para alguns se arrependerem, enquanto que a outros arrebata do corpo físico sem a oportunidade de repensarem suas atitudes?

Quando tomamos consciência do cometimento de uma falta, o arrependimento é importante, porém, ele não necessita de um rótulo religioso, mas sim ser complementado pela expiação e pela reparação do erro cometido.

Expiação são os sofrimentos físicos e morais consequentes do erro; e a reparação consiste em fazer o bem àqueles a quem se havia feito o mal, apagando assim os traços da falta e suas consequências.

A Doutrina Espírita elucida que a salvação de cada um – entendida como evolução espiritual, que é destino de todos os Espíritos criados por Deus - depende exclusivamente de si mesmo, e ocorre a partir da transformação moral, pois “fora da caridade não há salvação”. Assim, somente através da reforma íntima é possível salvar-se do comodismo, da indiferença, da omissão, da descrença, transformando a fé e a confiança em Deus em obras de amor e paz.

Sendo o Céu um estado íntimo, construído pela consciência tranquila, e não um lugar de ociosidade e contemplação, o Céu de cada um só pode ser construído por ele mesmo, através de pensamentos, palavras e atitudes que revelem seu estado íntimo de constante aprimoramento espiritual, esforçando-se por tornar-se cada vez mais solidário, mais caridoso, mais parecido com Jesus.

 
Colaborador: Júnior Madruga
 

23 abril 2012

Anencefalia - Psicografia de Divaldo Franco por Joanna de Ângelis


Nada no Universo ocorre como fenômeno caótico, resultado de alguma desordem que nele predomine. O que parece casual, destrutivo, é sempre efeito de uma programação transcendente, que objetiva a ordem, a harmonia.
     De igual maneira, nos destinos humanos sempre vige a Lei de Causa e Efeito, como responsável legítima por todas as ocorrências, por mais diversificadas apresentem-se.
     O Espírito progride através das experiências que lhe facultam desenvolver o conhecimento intelectual enquanto lapida as impurezas morais primitivas, transformando-as em emoções relevantes e libertadoras.
     Agindo sob o impacto das tendências que nele jazem, fruto que são de vivências anteriores, elabora, inconscientemente, o programa a que se deve submeter na sucessão do tempo futuro.
     Harmonia emocional, equilíbrio mental, saúde orgânica ou o seu inverso, em forma de transtornos de vária denominação, fazem-se ocorrência natural dessa elaborada e transata proposta evolutiva.
     Todos experimentam, inevitavelmente, as consequências dos seus pensamentos, que são responsáveis pelas suas manifestações verbais e realizações exteriores.
     Sentindo, intimamente, a presença de Deus, a convivência social e as imposições educacionais, criam condicionamentos que, infelizmente, em incontáveis indivíduos dão lugar às dúvidas atrozes em torno da sua origem espiritual, da sua imortalidade.
     Mesmo quando se vincula a alguma doutrina religiosa, com as exceções compreensíveis, o comportamento moral permanece materialista, utilitarista, atado às paixões defluentes do egotismo.
     Não fosse assim, e decerto, muitos benefícios adviriam da convicção espiritual, que sempre define as condutas saudáveis, por constituírem motivos de elevação, defluentes do dever e da razão.
     Na falta desse equilíbrio, adota-se atitude de rebeldia, quando não se encontra satisfeito com a sucessão dos acontecimentos tidos como frustrantes, perturbadores, infelizes...
     Desequipado de conteúdos superiores que proporcionam a autoconfiança, o otimismo, a esperança, essa revolta, estimulada pelo primarismo que ainda jaz no ser, trabalhando em favor do egoísmo, sempre transfere a responsabilidade dos sofrimentos, dos insucessos momentâneos aos outros, às circunstâncias ditas aziagas, que consideram injustas e, dominados pelo desespero fogem através de mecanismos derrotistas e infelizes que mais o degrada, entre os quais o nefando suicídio.
     Na imensa gama de instrumentos utilizados para o autocídio, o que é praticado por armas de fogo ou mediante quedas espetaculares de edifícios, de abismos, desarticula o cérebro físico e praticamente o aniquila...
     Não ficariam aí, porém, os danos perpetrados, alcançando os delicados tecidos do corpo perispiritual, que se encarregará de compor os futuros aparelhos materiais para o prosseguimento da jornada de evolução.

                           *

    É inevitável o renascimento daquele que assim buscou a extinção da vida, portando degenerescências físicas e mentais, particularmente a anencefalia.
    Muitos desses assim considerados, no entanto, não são totalmente destituídos do órgão cerebral.
     Há, desse modo, anencéfalos e anencéfalos.
     Expressivo número de anencéfalos preserva o cérebro primitivo ou reptiliano, o diencéfalo e as raízes do núcleo neural que se vincula ao sistema nervoso central…
     Necessitam viver no corpo, mesmo que a fatalidade da morte após o renascimento, reconduza-os ao mundo espiritual.
     Interromper-lhes o desenvolvimento no útero materno é crime hediondo em relação à vida. Têm vida sim, embora em padrões diferentes dos considerados normais pelo conhecimento genético atual...
     Não se tratam de coisas conduzidas interiormente pela mulher, mas de filhos, que não puderam concluir a formação orgânica total, pois que são resultado da concepção, da união do espermatozoide com o óvulo.
     Faltou na gestante o ácido fólico, que se tornou responsável pela ocorrência terrível.
     Sucede, porém, que a genitora igualmente não é vítima de injustiça divina ou da espúria Lei do Acaso, pois que foi corresponsável pelo suicídio daquele Espírito que agora a busca para juntos conseguirem o inadiável processo de reparação do crime, de recuperação da paz e do equilíbrio antes destruído.
     Quando as legislações desvairam e descriminam o aborto do anencéfalo, facilitando a sua aplicação, a sociedade caminha, a passos largos, para a legitimação de todas as formas cruéis de abortamento.
     ... E quando a humanidade mata o feto, prepara-se para outros hediondos crimes que a cultura, a ética e a civilização já deveriam haver eliminado no vasto processo de crescimento intelecto-moral.
     Todos os recentes governos ditatoriais e arbitrários iniciaram as suas dominações extravagantes e terríveis, tornando o aborto legal e culminando, na sucessão do tempo, com os campos de extermínio de vidas sob o açodar dos mórbidos preconceitos de raça, de etnia, de religião, de política, de sociedade...
     A morbidez atinge, desse modo, o clímax, quando a vida é desvalorizada e o ser humano torna-se descartável.
     As loucuras eugênicas, em busca de seres humanos perfeitos, respondem por crueldades inimagináveis, desde as crianças que eram assassinadas quando nasciam com qualquer tipo de imperfeição, não servindo para as guerras, na cultura espartana, como as que ainda são atiradas aos rios, por portarem deficiências, para morrer por afogamento, em algumas tribos primitivas.
     Qual, porém, a diferença entre a atitude da civilização grega e o primarismo selvagem desses clãs e a moderna conduta em relação ao anencéfalo?
     O processo de evolução, no entanto, é inevitável, e os criminosos legais de hoje, recomeçarão, no futuro, em novas experiências reencarnacionistas, sofrendo a frieza do comportamento, aprendendo através do sofrimento a respeitar a vida…

                      *

     Compadece-te e ama o filhinho que se encontra no teu ventre, suplicando-te sem palavras a oportunidade de redimir-se.
     Considera que se ele houvesse nascido bem formado e normal, apresentando depois algum problema de idiotia, de hebefrenia, de degenerescência, perdendo as funções intelectivas, motoras ou de outra natureza, como acontece amiúde, se também o matarias?
     Se exercitares o aborto do anencéfalo hoje, amanhã pedirás também a eliminação legal do filhinho limitado, poupando-te o sofrimento como se alega no caso da anencefalia.
     Aprende a viver dignamente agora, para que o teu seja um amanhã de bênçãos e de felicidade.

                            Joanna de Ângelis
 
(Página psicografada pelo médium Divaldo Pereira Franco, na reunião mediúnica da noite de 11 de abril de 2011, quando o Supremo Tribunal de Justiça, estudava a questão do aborto do anencéfalo, no Centro Espírita Caminho da Redenção, em Salvador, Bahia.)

Colaborador: Windson

06 abril 2012

CONHECIMENTO E SABEDORIA

Dois discípulos procuraram um mestre para saber a diferença entre Conhecimento e Sabedoria.
O mestre disse-lhes:
Amanhã, bem cedo, coloquem dentro dos sapatos vinte grãos de feijão, dez em cada pé.
Subam, em seguida, a montanha que se encontra junto a esta aldeia, até o ponto mais elevado, com os grãos dentro dos sapatos.
No dia seguinte os jovens discípulos começaram a subir o monte.
Lá pela metade um deles estava padecendo de grande sofrimento:
seus pés estavam doloridos e ele reclamava muito.
O outro subia naturalmente a montanha.
Quando chegaram ao topo um estava com o semblante marcado pela dor; o outro, sorridente.
Então, o que mais sofreu durante a subida perguntou ao colega:
- Como você conseguiu realizar a tarefa do mestre com alegria, enquanto para mim foi uma verdadeira tortura?
O companheiro respondeu:
- Meu caro colega, ontem à noite cozinhei os vinte grãos de feijão.
É comum que se confunda Conhecimento com Sabedoria, mas essas são coisas bem diferentes.
Se prestarmos atenção, podemos verificar que a diferença é clara e visível.
O Conhecimento é o somatório das informações que adquirimos, é a base daquilo que chamamos de Cultura.
Podemos adquirir Conhecimento sem sequer vivermos uma experiência fora dos livros e das aulas teóricas.
Podemos nos tornar Cultos sem sairmos da reclusão de uma biblioteca.
Já a Sabedoria, por outro lado, é o reflexo da vivência, na prática, quer pela experimentação, quer pela observação, da utilização dos conhecimentos previamente adquiridos.
Para se ser Sábio é preciso viver, experimentar, ousar, ponderar, amar, respeitar, ver e ouvir a própria vida.
É preciso buscar, sim, o conhecimento, a informação.
Deve-se atentar para não se tornar alguém fechado em si mesmo e no próprio processo de aprendizado.
Fazer isso é o mesmo que iniciar uma viagem e se encantar tanto com a estrada a ponto de se esquecer para onde se está indo.
E isso não parece ser uma atitude muito sábia.
Então, sejamos Sábios : vivamos, amemos e compartilhemos o que há em nossos corações!
E que saibamos cozinhar nossos feijões...

Colaborador: Renato