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08 dezembro 2012

Natal de Amor

Jesus transcende tudo quanto a Humanidade jamais conheceu e estudou.
Personalidade singular, tem sido objeto de aprofundadas pesquisas através dos tempos, permanecendo, no entanto, muito ignorado.
Amado por uns e detestado por outros, conseguiu cindir o pensamento histórico, estabelecendo parâmetros de felicidade dantes jamais sonhada, que passaram a constituir metas desafiadoras para centenas de milhões de vidas.
Podendo ter disputado honrarias e destaques na comunidade do Seu tempo, elegeu uma gruta obscura para iluminá-Ia com o Seu berço de palha e uma cruz hedionda para despedir-se do convívio com as criaturas em Sua breve existência, na qual alterou totalmente as paisagens culturais do planeta.
Vivendo pobremente, em uma cidade sem qualquer significado social ou econômico, demonstrou que a inteligência e a sabedoria promanam do Espírito e não dos fatores hereditários, ambientais, educacionais, que podem contribuir para o seu desdobramento, nunca porém, para a sua gênese.
Movimentando-se entre multidões sequiosas de orientação, numa época de inconcebíveis preconceitos de todo gênero, elegeu sempre os indivíduos mais detestados, combatidos, perseguidos, excluídos, sem que abandonasse aqueles que se encontravam em patamares mais elevados na ribalta dos valores terrestres.
Portador de incomum conhecimento da vida e das necessidades humanas, falava pouco, de forma que todos lhe apreendessem os ensinamentos e os incorporassem ao cotidiano, sem preocupar-se com os formalismos existentes.
Utilizando-se de linguagem simples e de formosas imagens que eram parte do dia-a-dia de todas as criaturas, compôs incomparáveis sinfonias ricas de esperanças e de bênçãos que prosseguem embalando o pensamento após quase dois mil anos desde quando foram apresentadas.
Nunca se permitiu uma conduta verbal e outra comportamental diferenciadas. Todos os Seus ditos encontram-se confirmados pelos Seus feitos.
Compartilhando da companhia dos párias, não se fez miserável; atendendo aos revoltados, nunca se permitiu rebelião; participando das dores gerais, manteve-se em saudável bem-estar que a todos contagiava.
Jovial e alegre, cantava os Seus hinos à vida e a Deus, sem nunca extravasar em gritaria, descompasso moral ou vulgaridade de conduta.
Amando, sem cessar, preservou o respeito por todos os seres vivos, especialmente dignificando a mulher, que sempre foi exprobrada, incompreendida, explorada, perseguida, humilhada...
Ergueu os combalidos, sem maldizer aqueles que os abandonavam.
Socorreu os infelizes, jamais condenando os responsáveis pelas misérias sociais e econômicas do Seu tempo.
... E mesmo quando abandonado, escarnecido, julgado e condenado sem culpa, manteve a dignidade incomparável que Lhe assinalava a existência, não repartindo com ninguém Suas dores e o holocausto a que se submeteu.
                                                        *
Jesus é mais do que um símbolo para a Humanidade de todos os tempos.
Mudaram as paisagens sociais e culturais no transcurso dos séculos, enquanto os indivíduos da atualidade continuam mais ou menos semelhantes àqueles do Seu tempo.
A dor prossegue jugulando ao seu eito as vidas que estorcegam em sua crueza; o orgulho enceguece vidas; o egoísmo predomina nos relacionamentos e interesses sociais; a violência dilacera as esperanças; o crime campeia à solta, e o ser humano parece descoroçoado, sem rumo.
Doutrinas salvacionistas surgem e desaparecem, propostas revolucionárias são apresentadas cada dia e sucumbem sob os camartelos dos desequilíbrios, filosofias multiplicam-se e generaliza-se a loucura dizimando as vidas que Ihes tombam nas armadilhas soezes...
Jesus, no entanto, permanece o mesmo, aguardando aqueles que O queiram seguir.
Uns adulteraram-Lhe as palavras, outros tentam atualizá-lO, mesclando Sua austeridade com a insensatez que vige em toda parte, procurando assim confundir a Sua alegria com a alucinação dos sentidos exaltados pelo sexo em desalinho, e, não obstante, nada macula Suas lições, nem diminui de intensidade a Sua proposta libertadora.
Educador por excelência, despertava o interesse dos Seus ouvintes, mantendo diálogos repassados de incomum habilidade psicológica, de forma a penetrar no âmago dos problemas existenciais, sem permitir-se reproche ou desdém.
Psicoterapeuta excepcional, identificava os conflitos sem que se fizesse necessária a verbalização por parte do enfermo, auxiliando-o a dignificar-se e liberar-se da injunção perturbadora em clima de verdadeira fraternidade.
Os poucos anos do Seu ministério, todavia, assinalaram a História com luzes que jamais se apagarão e continuarão apontando rumos para o futuro.
                                                        *
Por tudo isso, o Natal de Jesus é sempre renovador convite a uma releitura da Sua mensagem, a novas reflexões em torno das Suas palavras de luz, à revivescência dos Seus projetos de amor para com a Humanidade.
A alegria que deve dominar aqueles que O amam, evocando o Seu berço, ao invés de ser estrídula e agitada, há de espraiar-se como contribuição para diminuir as aflições e modificar as estruturas carcomidas da sociedade atual, trabalhando-as de forma a propiciar felicidade, oportunidade de trabalho, de dignificação, de saúde e de educação para todas as pessoas.
Distende, portanto, em homenagem ao Seu nascimento, a tua quota de amor a todos quantos te busquem, de forma que eles compreendam a qualidade e o elevado padrão do teu relacionamento espiritual com Ele, interessando-se também por vincular-se a esse Amigo de todas as horas.
Não desperdices a oportunidade de demonstrar que o Natal de Jesus é permanente compromisso de amor entre os Céus e a Terra através dEle, que se fez a ponte entre os homens e Deus, e que continua, vigilante e amigo, pronto para ajudar e conduzir todos aqueles que desejem a plenitude.
 
Divaldo Pereira. Pelo Espírito Joanna de Ângelis.

Cânticos das bem-aventuranças – Os perseguidos

E os lábios proféticos do Mestre anunciam:
Bem-aventurados serão todos os que sofrem perseguição por causa da Justiça porque deles é o Reino dos Céus.
O anúncio dos tempos difíceis de rejeição às alvíssaras evangélicas coroa o excelso cântico das bem-aventuranças.  Será assim ao longo dos séculos futuros. O passado que resiste ao desaparecimento empenha-se em luta mortal contra o futuro revelado. E ai de quem se apresentar como revelador.  Que o digam os visionários da superconsciência, os  hereges da santificação, os profetas de um mais espiritualizado arranjo social. Conhecerão todo tipo de obstáculo na semeadura e dificilmente estarão presentes para a colheita na mesma veste corporal.
Contra seus ideais unir-se-ão até mesmo inimigos entre si, que porão de lado suas divergências, para juntos eliminarem a ameaça nascente. Titubearão os amigos nos momentos mais decisivos da empreitada em fé vacilante que só o tempo sedimentará. E a dúvida, consumidora de preciosas energias criativas, permeará o imo da alma do revelador, de vez em quando,  reduzindo seu  ímpeto criativo. O aplauso das multidões só aparecerá quando  saciados seus desejos e atendidas suas carências. Ainda assim  modificarão seu juízo de valor ao menor risco ou promessa imediatista que lhe interesse.
Mas a força de um ideal que desce dos altiplanos da superconsciência para a planície da consciência normal, ainda envolta em querelas evolutivas cotidianas, sustenta o solitário construtor do futuro que mesmo sem ser plenamente compreendido pelos próprios seguidores deslumbra-os com sua presença, os ditos e os fatos que o cercam, e os atrai por uma conexão íntima, sintonia de alma para alma, que transcende todas as percepções sensoriais. E mesmo o povo em sua sutil inteligência de massa advinha, pressente algo que o magnetiza e alimenta.
Quando tais fenômenos chegam ao conhecimento dos dominantes, que por sua própria condição, se sentem em permanente vigília, atentos a qualquer novidade que lhes retire o poder, eles enxergam além dos fatos e identificam o perigo que deve ser exterminado. E com suas concepções e armas atacam o que lhes parece o risco intangível de destruição dos seus tesouros.
Que pode fazer o desvelador dos mundos incognoscíveis senão cumprir a sua missão? Está a serviço de um ideal tornando-o progressivamente realidade. Sabe de sua tarefa atendendo a um apelo íntimo, voz da consciência profunda, reflexo da presença divina no âmago do ser. defesa é o próprio trabalho já que não dispõe de tempo para combater a desídia, anular a calúnia, revidar os ataques à honra.
E o séquito dos legítimos profitentes, menos aptos que o seu mestre, segue seus passos na alegria natural de quem se faz partícipe de uma descoberta. Nada mais euforizante do que encontrar uma revelação, descobrir a solução para um magno problema, penetrar num reino de insuspeitadas harmonias, e daí partir para a anunciação como novos Arquimedes a bradar pelas ruas: Eureca.
Logo, logo, o brado despertará os descrentes, os aproveitadores, os mentirosos, sempre de plantão para semearem a injúria, a calúnia, a dúvida, ou mesmo montarem armadilhas para desmascarar uma suposta impostura. E quando não conseguem amedrontar o arauto do novo conhecimento vestem-se da aparente sabedoria das leis vigentes, usualmente criadas para referendar  os costumes  e as elites de uma época, e proclamam fora lei a novidade e o seu apresentador. E mesmo sem achar qualquer culpa real perante seus códigos, ainda assim forjam provas, aproveitam-se de depoimentos dúbios, compram consciências e tentam destrui-lo onde lhes parece conveniente, eliminando da convivência social ou conspurcando a sua honra.
O revelador, entretanto, imbuído da verdade de sua experiência, que nenhum ataque do mundo exterior pode abalar, prossegue. Sua defesa é o trabalho, o dever cumprido, a impassibilidade no confronto com os algozes. No afã de estender seu ideal, ocupado, não disponibiliza tempo para se confrontar com a malquerença, rebater a calúnia, convencer as vozes dissonantes. Sua vida abnegada , sua conduta no lidar com os problemas cotidianos falam com mais força de convencimento que os discursos. Mesmo contrariando o vozerio comum, e dele recebendo seus apupos, mantém firmeza de propósito no cumprimento imperioso de um dever que nasce do contato com a revelação.
As inexoráveis leis da evolução, entretanto, protegem-no na medida do necessário para o exercício da sua missão, pois ele não fala e vive para si, mas para ânsia da vida em seus processos de ascese. Perseguidos,  porque trabalham por um tempo além do presente, aparentemente derrotados, no âmbito das convenções humanas, transformam-se em pioneiros de uma história que mais tarde será reconhecida e reescrita enquanto os vencedores de momento, perseguidores, tem seus nomes convertidos em algozes, juízes venais, governantes retrógrados, enfim, os que não sabem o que fazer com as oportunidades de real progresso humanitário.
Negar um ideal é assinalar o seu valor. Dizê-lo utópico, insano, impossível, é afirmar quão distante está quem assim procede. Persegui-lo é medir forças com o imponderável evoluir, este último com a vantagem do tempo e da força intrínseca que tudo que é superior carreia...
A recompensa entretanto supera qualquer expectativa se ela existisse. Para toda a gama de infortúnios, para a expulsão do mundo dos homens, o prêmio é o Reino dos Céus... para quem se fizer fiel servidor de Deus no mundo.

André Luiz Peixinho

10 agosto 2012

Você não vê o Ar nem o Amor, mas Respira e Sente. Assim também é a Fé!


Li na Revista Época, “O Universo, Deus e Você”, onde uma pessoa denominada “ateu4ever” fez um comentário um tanto quanto radical que diz assim: “Eu recomendaria a todos que crêem em homem que anda sobre águas, em virgens que concebem por meio de anjos, parem e continuam virgens, aos que acreditam que mulheres foram criadas de costelas de homens e aos que acreditam que trombetas derrubam muralhas, além do dito cujo que abriu o mar vermelho com o cajado, e tantos outros absurdos, que vão ao hospício mais próximo”. Para que isto? Eu acredito em Deus acima de todas as coisas. Não tenho dúvida nenhuma de sua existência. Se não o vejo pessoalmente, o vejo em seus atos para comigo e a humanidade. Gente igual a este aí tem muita. Eu tenho um amigo que ainda adolescente foi morar na Inglaterra. Quando voltou, veio com estes papos de “ateu”. Pedi a ele que parasse com isto porque eu sabia que aquilo esse não era o verdadeiro pensamento dele. Eu não estava errado porque muitas e muitas vezes o vi falar: "ai meu Deus", quando estava em alguma situação atípica. Isto é uma prova de que ele acredita ou teme algo que vem do desconhecido, queira ele ou não. Tomara que ele mude de opinião, pois Deus aceita todos os pedidos, principalmente dos arrependidos. Se ele tiver algum problema que o esteja colocando em perigo que ele peça, mesmo que seja um milagre, porque pelo o que eu saiba só quem faz milagre é “Deus”. É como disse Millor Fernandes: “Os ateus têm um Deus em que nem eles acreditam”. Não sou evangélico, não carrego a Bíblia debaixo do braço, porém, tenho fé e acredito em um ser superior a tudo que existe. Peço sempre que Ele que me proteja, até mesmo quando estou tomando minha cervejinha, vendo meu futebolzinho, ouvindo meu Rock in Roll e, principalmente quando estou escrevendo aqui no Blog para que minhas palavras não descriminem e nem machuque ninguém.

O físico Lawrence Kraus, “ateu” de carteirinha, ao lado deStephen Hawking, afirma em uma entrevista que nosso universo surgiu do nada, que os milagres se tornaram absoletos e que Deus se tornou redundante. Para ele, tudo começou com uma partícula chamada de “Partícula de Deus”,batizada pelos cientistas de “Bóson de Higgs”, que esquentou tanto que sua explosão criou o chamado Big Bang há 13,7 bilhões de anos atrás de onde surgiu o universo e que Deus não tem nada a ver com isso. Só que também existem vários cientistas que acreditam na existência de Deus. Um deles é o pesquisador polonês Michael Keller ganhador de um dos mais cobiçados já dados em Nova York pela Fundação Templeton. Ele montou a sua metodologia a partir do chamado “Deus dos cientistas”: o mesmo Big Bang, a grande explosão de um átomo primordial que teria originado tudo aquilo que compõe o universo. Ele diz que “Em todo processo físico há uma seqüência de estados. Um estado precedente é uma causa para outro estado que é seu efeito. E há sempre uma lei física que descreva esse processo”. E, em seguida, fustiga de novo o pensamento: “Mas o que existia antes desse átomo primordial?” Em poucas palavras, ela se define assim: “a ciência encontrou Deus”. Keller faz uma comparação com a medicina, valendo-se do que se chama diagnóstico por exclusão: “Quando uma doença não preenche os requisitos para as mais diversas enfermidades já conhecidas, não é por isso que ela deixa de ser uma doença. De volta agora à questão da formação do universo, há perguntas que a ciência não responde, mas o universo está aqui e nós, nele”. Nesse “buraco negro” entra Deus. O mais engraçado é que o físico Hawking, em um livro de 1988, sugere que a idéia de uma criação divina seria compatível com uma compreensão científica do Universo, dizendo que: "Se nós descobrirmos uma teoria completa será o triunfo definitivo da razão humana - pois então nós deveremos conhecer a mente de Deus”.

Tudo bem que os cientistas pesquisem, estudem, achem suas explicações para o inexplicável, mas para que colocar Deus no meio disso tudo? Ele quer convencer quem? Segundo uma pesquisa, 92% das pessoas acreditam em Deus ou algum tipo de "poder superior". Um dado interessante: a Grã-Bretanha é o país com a maior parcela de descrentes: 33% não acreditam em Deus nem em qualquer "poder superior". Está explicado o porquê do comportamento do meu amigo acima. Foi à convivência com “ateus”, nada de pensamento próprio.Cientistas sempre foram respeitados, como Charles Darwim, que disse: “Posso dizer-vos que a impossibilidade de considerar este magnífico universo, que contém o nosso “eu” consciente como obra do acaso, é para mim o principal argumento em favor da existência de Deus”. Eu sou leigo em assuntos científicos e, não estou criticando os cientistas pesquisadores que descobrem remédios para curas de doenças que antigamente eram dadas como incuráveis. Estou criticando aqueles que em vez de estarem ao lado da humanidade procurando a cura do câncer, ou na invenção da pílula da fome para o fim da miséria do mundo, ficam aí querendo provar a inexistência de um ser invisível aos olhos, mas sentido nos corações das pessoas. Ou será que eles acham que o acreditar da maioria não passa de uma histeria coletiva?Suponhamos que vocês provem que Deus não exista, o que vão ganhar com isso? Nada, pois nada mudará. Mas e se vocês chegarem à conclusão que Ele existe? Fiquem tranqüilos porque Ele os perdoará, pois com Ele não tem revanchismo. Ao contrário de nós humanos, é misericordioso. Está certo que você pode ser cético como o Senhor “ateu4ever”, mas, por favor, se não acredita, também não questione a existência de Deus na qual acreditamos. Você vê o ar? Vê o amor? Claro que não, mas com certeza respira e sente. Assim também é a Fé. Até a próxima.
 
 
Colaborador: Júnior madruga

17 junho 2012

Orai e Vigiai

"Vigiai e Orai, para não cairdes em tentação". Jesus (Mateus, 26,41)

Prece / oração - É o ato de comunicação do homem com o sagrado: Deus, os deuses, a realidade transcendental ou o poder sobrenatural. No início parece uma
queixa, uma angústia, um sofrimento, mas depois pode englobar uma adoração ou um agradecimento. Para os panteístas é absorção no todo universal. No meio espírita encontramos algumas frases, tais como, “ato de caridade”, “apoio para a alma”, “uma invocação”, “uma evocação”, “uma conversa com Deus”, “transporte do coração”, “vibração”, “explosão da fé”, “irradiação protetora” e “caminho de luz”. (Equipe da FEB, 1995)
Vigilância - Precaução, cuidado, prevenção.

PRECE
PERGUNTAS E RESPOSTAS
Pergunta. O que é a prece?
R = A prece é um ato de adoração ao Criador.
Pergunta. Como se deve orar?
R = Não é preciso ficar de joelho, sentado ou de pé. A postura física é o que menos conta.
Pergunta. Por que devemos orar?
R = Porque a prece é um lenitivo para as nossas preocupações.
Pergunta. Onde se deve orar?
R = Em qualquer lugar. Observe que a citação bíblica que prescreve entrar no quarto, fechar a porta e perdoar os inimigos, pode ser entendida como entrar no quarto “íntimo”. E no quarto íntimo, podemos entrar estando em qualquer lugar: no ônibus, no metrô, na praia etc.
Pergunta. Quando devemos orar?
R = Também não há prescrição, contudo O Evangelho Segundo o Espiritismo orienta-nos a orar pela manhã e à noite.


HISTÓRICO
Na busca de subsídios, através do tempo, a Bíblia oferece-nos informações valiosas.
No Velho Testamento, Abraão, Moisés, Samuel, David e Salomão são considerados os expoentes de 1.ª grandeza em termos de oração. O tabernáculo e o templo, consagrados à santidade e glória de Iavé, são os lugares por excelência, a certa altura quase exclusivos, da oração.
No Novo Testamento, Jesus Cristo tornou-se o grande modelo e mestre da oração, pois esta era para ele imperativo de Sua natureza humana e resposta à Sua condição de Filho de Deus. A profundidade e eloquência da oração de Jesus impressionaram vivamente os discípulos, aos quais, a seu pedido, ensinou o Pai Nosso, oração de conteúdo riquíssimo e esquematização modelar, pois aí se conjugam e hierarquizam harmoniosamente os interesses do Reino e as necessidades espirituais dos filhos de Deus. Além do conteúdo e do modo, Cristo incutiu também repetidamente a necessidade da oração assídua, humilde, sincera, filial.
Os apóstolos foram os fiéis propagadores da oração: Santo Agostinho, S. J. Damasceno, Santo Tomás de Aquino e outros. No entanto todos convergem em considerar a oração uma elevação da mente para Deus, um colóquio ou diálogo com Deus, um pedido das coisas convenientes ao homem dirigido a Deus. (Enciclopédia Luso-Brasileira de Cultura)

ADORAÇÃO
A lei de adoração é a primeira das Leis Naturais estudas por Allan Kardec em O Livro dos Espíritos. Diz-nos o Codificador, através do auxílio dos Espíritos superiores, que a adoração é natural e pertence à espécie humana.
Em virtude da ignorância das verdades religiosas, os homens acabaram adotando diversas formas míticas e místicas de adoração, desviando o pensamento da essência fundamental do ato de adorar. Assim sendo, a maioria das pessoas liga-se a uma religião, a uma seita, a uma corrente espiritualista, muito mais para resolver o seu problema material do que para a busca da verdadeira espiritualização do ser. É por isso que se sugere, no meio espirita, a substituição do termo adoração por reverência, no sentido de se eliminar o ranço pejorativo que o termo adorar agrega.
A adoração, sendo uma ligação com o sagrado, permite-nos abrir um parêntese e introduzir a noção de hierofania. Por hierofania, Mircea Elíade entende o ato de manifestação do sagrado. A história das religiões tem um número considerável de hierofanias, ou seja, todas as manifestações das realidades religiosas. É isso o que explica o sagrado manifestando-se em pedras, animais, árvores etc. Não são as pedras, as árvores, os animais, os objetos que são adorados, mas sim o que eles representam para a coletividade. Observe, por exemplo, uma cruz: ela é um pedaço de madeira como tantas outras peças feitas da mesma madeira. Contudo, no processo de hierofanização, a cruz adquire valor sagrado, ou seja, serve para exorcizar espíritos maléficos. Nessa mesma linha de raciocínio podemos incluir a adoração das vacas na Índia. (Eliade, 1957, p. 25)
Os cientistas sociais, na tentativa de separar o sagrado do profano, acabam tendo pouco êxito, pois o que se vê é o caráter ambíguo do termo predominar. O direito, a moral, a ética, o casamento e outros temas trazem em si um considerável peso de sagrado. Em Direito — uma ciência — a arquitetura dos tribunais, a toga do juiz, o ritual das sessões dos tribunais, mesmo o uso de símbolos religiosos para o juramento, por exemplo, apontam certos aspectos da instituição do direito que têm pelo menos certo sabor de sagrado. (Boulding, 1974, p. 4)

TIPOS DE PRECE
Devido à conexão e à intermitência entre os vários tipos de prece, é difícil concebê-los em termos de uma classificação rígida. De qualquer forma, podemos enumerar alguns desses tipos:
Súplica – Solicitação de vida longa, obtenção de bens materiais e prosperidade financeira são os seus ingredientes favoritos. Como para obtenção de tais objetivos, o ser humano vale-se da invocação mágica, este tipo de prece pode tornar-se um desvio da verdadeira prece, principalmente quando feita para obter recompensas ou troca de pagamento com Deus.
Confissão – o termo confissão expressa ao mesmo tempo uma afirmação da fé e o reconhecimento do estado de “pecado”.
Intercessão – é a prece feita em favor de outrem. Em algumas sociedades primitivas, o chefe de família ora para os outros membros da família, mas estas preces são também extensivas à tribo inteira. (Encyclopaedia Brittannica)
Allan Kardec, na P. 659 de O Livro dos Espíritos, diz-nos que pela prece podemos fazer três coisas: louvar, pedir e agradecer

EFICÁCIA DA PRECE
É pelo pensamento que nos colocamos em sintonia com outros seres, tanto encarnados como desencarnados. Por intermédio de nossas ondas mentais, podemos auxiliar e sermos auxiliados pelas outras mentes que entram em contato conosco. Atuando sobre esse fluxo energético curamos e somos curados de algumas doenças, até aquelas catalogadas pela medicina como incuráveis. A cura do incurável dá origem ao milagre. Mas, para o Espiritismo, o milagre não existe, pois não podemos derrogar as leis da natureza. O que há é uma extrema aceleração dos processos de cura. (Kardec, 1984, cap. XXVII)
CRISE NA ORAÇÃO
A crise da oração que se verifica na sociedade contemporânea pode ser devido a:
Ateísmo em suas diversas formas;
Afrouxamento da fé e a esterilidade moral do culto de muitos cristãos;
Incapacidade de conciliar racionalmente a imutabilidade de Deus com a liberdade do homem imiscuída na oração de súplica.
O êxito do progresso técnico e cientifico que outorga ao homem bens de conforto e consumo outrora pedidos a Deus como seu único senhor e distribuidor;
Redução da prática e, às vezes, do próprio conceito de oração, à oração de súplica, com prejuízo dos aspectos imanentes e essenciais da oração.

PASSADO DELITUOSO
O Espírito Emmanuel alerta-nos que as mais terríveis tentações encontram-se no fundo sombrio de nossa individualidade. E o que vem isto significar? É que quando reencarnamos trazemos conosco, impregnados em nosso subconsciente, todos os erros e mazelas cometidas em outras épocas. Como temos o esquecimento do passado, a sua manifestação dá-se pela intuição e pelo sentimento. A simples presença do adversário de outras épocas faz ecoar dentro de nós o ódio, a vingança, o repúdio. Por isso a vigilância. Tomando-se consciência da situação, proceder à prece silenciosa em favor da harmonia.
“Em nós mesmos podemos exercitar o bom ânimo e a paciência, a fé a humildade ... Não te proponhas, desse modo, atravessar a mundo, sem tentações. Elas nascem contigo, assomam de ti mesmo e alimentam-se de ti, quando não as combates, dedicadamente, qual o lavrador sempre disposto a cooperar com a terra da qual precisa extrair as boas sementes ... Entretanto, lembremo-nos do ensinamento do Mestre, vigiando e orando, para não sucumbirmos às tentações, de vez que mais vale chorar sob os aguilhões da resistência que sorrir sob os narcóticos da queda”. (Fonte Viva, 110)



Embora as preces que fazemos não irão desviar-nos de nossos problemas e desilusões, elas são um bálsamo reconfortante para a nossa alma enfermiça, pois faz-nos penetrar em estados de suave sossego e gozos que somente aquele que ora é capaz de decifrar.

Sérgio Biagi Gregório