E os lábios proféticos do Mestre anunciam:
Bem-aventurados serão todos os que sofrem perseguição por causa da Justiça porque deles é o Reino dos Céus.
O anúncio dos tempos difíceis de rejeição às alvíssaras evangélicas coroa o excelso cântico das bem-aventuranças. Será assim ao longo dos séculos futuros. O passado que resiste ao desaparecimento empenha-se em luta mortal contra o futuro revelado. E ai de quem se apresentar como revelador. Que o digam os visionários da superconsciência, os hereges da santificação, os profetas de um mais espiritualizado arranjo social. Conhecerão todo tipo de obstáculo na semeadura e dificilmente estarão presentes para a colheita na mesma veste corporal.
Contra seus ideais unir-se-ão até mesmo inimigos entre si, que porão de lado suas divergências, para juntos eliminarem a ameaça nascente. Titubearão os amigos nos momentos mais decisivos da empreitada em fé vacilante que só o tempo sedimentará. E a dúvida, consumidora de preciosas energias criativas, permeará o imo da alma do revelador, de vez em quando, reduzindo seu ímpeto criativo. O aplauso das multidões só aparecerá quando saciados seus desejos e atendidas suas carências. Ainda assim modificarão seu juízo de valor ao menor risco ou promessa imediatista que lhe interesse.
Mas a força de um ideal que desce dos altiplanos da superconsciência para a planície da consciência normal, ainda envolta em querelas evolutivas cotidianas, sustenta o solitário construtor do futuro que mesmo sem ser plenamente compreendido pelos próprios seguidores deslumbra-os com sua presença, os ditos e os fatos que o cercam, e os atrai por uma conexão íntima, sintonia de alma para alma, que transcende todas as percepções sensoriais. E mesmo o povo em sua sutil inteligência de massa advinha, pressente algo que o magnetiza e alimenta.
Quando tais fenômenos chegam ao conhecimento dos dominantes, que por sua própria condição, se sentem em permanente vigília, atentos a qualquer novidade que lhes retire o poder, eles enxergam além dos fatos e identificam o perigo que deve ser exterminado. E com suas concepções e armas atacam o que lhes parece o risco intangível de destruição dos seus tesouros.
Que pode fazer o desvelador dos mundos incognoscíveis senão cumprir a sua missão? Está a serviço de um ideal tornando-o progressivamente realidade. Sabe de sua tarefa atendendo a um apelo íntimo, voz da consciência profunda, reflexo da presença divina no âmago do ser. defesa é o próprio trabalho já que não dispõe de tempo para combater a desídia, anular a calúnia, revidar os ataques à honra.
E o séquito dos legítimos profitentes, menos aptos que o seu mestre, segue seus passos na alegria natural de quem se faz partícipe de uma descoberta. Nada mais euforizante do que encontrar uma revelação, descobrir a solução para um magno problema, penetrar num reino de insuspeitadas harmonias, e daí partir para a anunciação como novos Arquimedes a bradar pelas ruas: Eureca.
Logo, logo, o brado despertará os descrentes, os aproveitadores, os mentirosos, sempre de plantão para semearem a injúria, a calúnia, a dúvida, ou mesmo montarem armadilhas para desmascarar uma suposta impostura. E quando não conseguem amedrontar o arauto do novo conhecimento vestem-se da aparente sabedoria das leis vigentes, usualmente criadas para referendar os costumes e as elites de uma época, e proclamam fora lei a novidade e o seu apresentador. E mesmo sem achar qualquer culpa real perante seus códigos, ainda assim forjam provas, aproveitam-se de depoimentos dúbios, compram consciências e tentam destrui-lo onde lhes parece conveniente, eliminando da convivência social ou conspurcando a sua honra.
O revelador, entretanto, imbuído da verdade de sua experiência, que nenhum ataque do mundo exterior pode abalar, prossegue. Sua defesa é o trabalho, o dever cumprido, a impassibilidade no confronto com os algozes. No afã de estender seu ideal, ocupado, não disponibiliza tempo para se confrontar com a malquerença, rebater a calúnia, convencer as vozes dissonantes. Sua vida abnegada , sua conduta no lidar com os problemas cotidianos falam com mais força de convencimento que os discursos. Mesmo contrariando o vozerio comum, e dele recebendo seus apupos, mantém firmeza de propósito no cumprimento imperioso de um dever que nasce do contato com a revelação.
As inexoráveis leis da evolução, entretanto, protegem-no na medida do necessário para o exercício da sua missão, pois ele não fala e vive para si, mas para ânsia da vida em seus processos de ascese. Perseguidos, porque trabalham por um tempo além do presente, aparentemente derrotados, no âmbito das convenções humanas, transformam-se em pioneiros de uma história que mais tarde será reconhecida e reescrita enquanto os vencedores de momento, perseguidores, tem seus nomes convertidos em algozes, juízes venais, governantes retrógrados, enfim, os que não sabem o que fazer com as oportunidades de real progresso humanitário.
Negar um ideal é assinalar o seu valor. Dizê-lo utópico, insano, impossível, é afirmar quão distante está quem assim procede. Persegui-lo é medir forças com o imponderável evoluir, este último com a vantagem do tempo e da força intrínseca que tudo que é superior carreia...
A recompensa entretanto supera qualquer expectativa se ela existisse. Para toda a gama de infortúnios, para a expulsão do mundo dos homens, o prêmio é o Reino dos Céus... para quem se fizer fiel servidor de Deus no mundo.
André Luiz Peixinho
Bem-aventurados serão todos os que sofrem perseguição por causa da Justiça porque deles é o Reino dos Céus.
O anúncio dos tempos difíceis de rejeição às alvíssaras evangélicas coroa o excelso cântico das bem-aventuranças. Será assim ao longo dos séculos futuros. O passado que resiste ao desaparecimento empenha-se em luta mortal contra o futuro revelado. E ai de quem se apresentar como revelador. Que o digam os visionários da superconsciência, os hereges da santificação, os profetas de um mais espiritualizado arranjo social. Conhecerão todo tipo de obstáculo na semeadura e dificilmente estarão presentes para a colheita na mesma veste corporal.
Contra seus ideais unir-se-ão até mesmo inimigos entre si, que porão de lado suas divergências, para juntos eliminarem a ameaça nascente. Titubearão os amigos nos momentos mais decisivos da empreitada em fé vacilante que só o tempo sedimentará. E a dúvida, consumidora de preciosas energias criativas, permeará o imo da alma do revelador, de vez em quando, reduzindo seu ímpeto criativo. O aplauso das multidões só aparecerá quando saciados seus desejos e atendidas suas carências. Ainda assim modificarão seu juízo de valor ao menor risco ou promessa imediatista que lhe interesse.
Mas a força de um ideal que desce dos altiplanos da superconsciência para a planície da consciência normal, ainda envolta em querelas evolutivas cotidianas, sustenta o solitário construtor do futuro que mesmo sem ser plenamente compreendido pelos próprios seguidores deslumbra-os com sua presença, os ditos e os fatos que o cercam, e os atrai por uma conexão íntima, sintonia de alma para alma, que transcende todas as percepções sensoriais. E mesmo o povo em sua sutil inteligência de massa advinha, pressente algo que o magnetiza e alimenta.
Quando tais fenômenos chegam ao conhecimento dos dominantes, que por sua própria condição, se sentem em permanente vigília, atentos a qualquer novidade que lhes retire o poder, eles enxergam além dos fatos e identificam o perigo que deve ser exterminado. E com suas concepções e armas atacam o que lhes parece o risco intangível de destruição dos seus tesouros.
Que pode fazer o desvelador dos mundos incognoscíveis senão cumprir a sua missão? Está a serviço de um ideal tornando-o progressivamente realidade. Sabe de sua tarefa atendendo a um apelo íntimo, voz da consciência profunda, reflexo da presença divina no âmago do ser. defesa é o próprio trabalho já que não dispõe de tempo para combater a desídia, anular a calúnia, revidar os ataques à honra.
E o séquito dos legítimos profitentes, menos aptos que o seu mestre, segue seus passos na alegria natural de quem se faz partícipe de uma descoberta. Nada mais euforizante do que encontrar uma revelação, descobrir a solução para um magno problema, penetrar num reino de insuspeitadas harmonias, e daí partir para a anunciação como novos Arquimedes a bradar pelas ruas: Eureca.
Logo, logo, o brado despertará os descrentes, os aproveitadores, os mentirosos, sempre de plantão para semearem a injúria, a calúnia, a dúvida, ou mesmo montarem armadilhas para desmascarar uma suposta impostura. E quando não conseguem amedrontar o arauto do novo conhecimento vestem-se da aparente sabedoria das leis vigentes, usualmente criadas para referendar os costumes e as elites de uma época, e proclamam fora lei a novidade e o seu apresentador. E mesmo sem achar qualquer culpa real perante seus códigos, ainda assim forjam provas, aproveitam-se de depoimentos dúbios, compram consciências e tentam destrui-lo onde lhes parece conveniente, eliminando da convivência social ou conspurcando a sua honra.
O revelador, entretanto, imbuído da verdade de sua experiência, que nenhum ataque do mundo exterior pode abalar, prossegue. Sua defesa é o trabalho, o dever cumprido, a impassibilidade no confronto com os algozes. No afã de estender seu ideal, ocupado, não disponibiliza tempo para se confrontar com a malquerença, rebater a calúnia, convencer as vozes dissonantes. Sua vida abnegada , sua conduta no lidar com os problemas cotidianos falam com mais força de convencimento que os discursos. Mesmo contrariando o vozerio comum, e dele recebendo seus apupos, mantém firmeza de propósito no cumprimento imperioso de um dever que nasce do contato com a revelação.
As inexoráveis leis da evolução, entretanto, protegem-no na medida do necessário para o exercício da sua missão, pois ele não fala e vive para si, mas para ânsia da vida em seus processos de ascese. Perseguidos, porque trabalham por um tempo além do presente, aparentemente derrotados, no âmbito das convenções humanas, transformam-se em pioneiros de uma história que mais tarde será reconhecida e reescrita enquanto os vencedores de momento, perseguidores, tem seus nomes convertidos em algozes, juízes venais, governantes retrógrados, enfim, os que não sabem o que fazer com as oportunidades de real progresso humanitário.
Negar um ideal é assinalar o seu valor. Dizê-lo utópico, insano, impossível, é afirmar quão distante está quem assim procede. Persegui-lo é medir forças com o imponderável evoluir, este último com a vantagem do tempo e da força intrínseca que tudo que é superior carreia...
A recompensa entretanto supera qualquer expectativa se ela existisse. Para toda a gama de infortúnios, para a expulsão do mundo dos homens, o prêmio é o Reino dos Céus... para quem se fizer fiel servidor de Deus no mundo.
André Luiz Peixinho
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